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Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2022 às 17:47
- Atualizado há 2 anos
Acusado pela morte de uma idosa dentro do apartamento dela no Itaigara, Max William Simões Santos foi condenado nesta quarta-feira (5) a quase 28 anos de prisão pelo crime, que aconteceu em maio deste ano.>
A bancária Rita Maria Britto Fragoso e Silva, de 62 anos, foi assassinada no dia 12 de maio. O corpo foi achado dois dias depois por um sobrinho que estranhou a falta de contato da tia. O acusado foi preso no dia 19 de maio no bairro do Arraial do Retiro.>
A decisão sentenciou Max William a prisão por 27 anos, 11 meses e 25 cinco dias, além do pagamento de 287 dias-multa, cada um equivalente a um trigésimo do salário mínimo. Ele deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade. >
Na decisão, o juiz Ricardo Schmitt, da 12ª Vara Criminal da Comarca de Salvador,diz que as ações do réu, que confessou o crime, "demonstram a brutalidade e a frieza de sua ação", considerando que ele cometeu o crime usando meio cruel, por ter usado ainda um fio de carregador para enforcar a vítima, que já estava ferida. Outro agravante é o fato da vítima ter mais de 60 anos. A confissão espontânea do réu foi considerado um atenuante.>
O réu alegou que cometeu o crime para conseguir dinheiro e pagar uma dívida que tinha com um agiota. "Portanto, a motivação foi para pagamento de um negócio ilícito, situação que exige resposta penal superior ao acusado", considerou o juiz. >
O juiz destaca ainda que a vítima reconheceu o prestador de serviço, conversou com ele e abriu a porta da casa para ele. "O denunciado se aproveitou da confiança que ganhou da vítima para prática da infração penal", diz. "O fato de o crime ter sido praticado no interior da própria residência da ofendida, ambiente de sua segurança, conforto e tranquilidade, tornou também a reprovabilidade da conduta do acusado mais reprovável e acentuada". >
Por fim, a decisão cita o abalo que o crime resultou na família da vítima. O sobrinho que encontrou a idosa morta contou ter ficado em estado de choque. O empregador do réu, responsável pelo serviço que ele fez na casa da idosa, contou que precisou tomar medicação para pressão depois do crime. >
Crime Max já tinha prestado serviços de marcenaria para a vítima, contratado através de uma empresa. Depois, ele voltou lá por conta própria e conseguiu entrar no prédio depois que um morador deixou o portão aberto - câmeras mostraram o momento. Ele ficou aguardando Rita chegar e depois tocou no apartamento dela, dizendo que precisava fazer uma nova medição de um móvel.>
Já dentro do apartamento, ele anunciou o assalto. Ele obrigou a idosa a fazer uma transferência Pix para ele, mas não ficou satisfeito com o valor e exigiu mais. O agressor deu uma gravata na vítima, que ficou desacordada. Depois, ao notar que que ela estava levantando, passou a esganá-la. Por fim, o homem pegou uma faca na cozinha e a esfaqueou até a morte.>
Ele roubou um celular, um notebook, R$ 200 da transferência e ainda cartões e documentos da idosa.>
Os eletrônicos foram revendidos pelo acusado e depois recuperados pela polícia. Já os cartões foram usados para fazer várias compras na internet, incluindo um berço, uma cômoda e até piso para trocar no imóvel. Ele também pagou uma consulta odontológica e fez compras em uma farmácia com cartões da vítima. >
Natural de Jequié, Rita viveu durante muitos anos em Portugal, mas tinha voltado ao Brasil havia sete anos.>