Missa celebra memória de Luis Eduardo Magalhães, morto há 20 anos

Família do deputado durante celebração no Mosteiro de São Bento (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Se não tivesse partido naquela terça-feira, dia 21 de abril de 1998, certamente o deputado Luis Eduardo Magalhães teria dado um outro importante passo na sua vida política. No seio familiar, teria continuado inspirando e aconselhando os mais queridos por ele, como a mulher, os filhos, os sobrinhos e os netos.

Vinte anos depois de sua morte, em decorrência de um infarto, aos 43 anos, familiares, amigos e admiradores estiveram presentes na manhã desta sexta-feira (20) no Mosteiro de São Bento, na Avenida Sete de Setembro, em Salvador, para uma missa em homenagem à memória do deputado.[[galeria]]

À época do seu falecimento, o deputado era pré-candidato ao Governo da Bahia e era tido por muitos com o favorito a chegar ao Palácio de Ondina. Mas a vida, às vezes traiçoeira, interrompeu a trajetória.  Carol e Paula Magalhães, filhas do deputado (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Durante a missa, presidida por Dom Ângelo e pelo Monsenhor Ademar Dantas, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, a vida política e a contribuição do deputado para o estado foi lembrada."Na vida, ele não quis dar saltos; ele ia, de degrau em degrau, até chegar ao pico, ao auge. Começou sua vida profissional aos 18 anos, chegando, depois, a ser um homem de grande expressão nacional", lembrou o pároco.Fazê-lo lembrado, inclusive, é um desejo da família. Para não esquecer quem foi Luis Eduardo, enquanto marido, pai e, também, como figura pública."É uma coisa que eu brigo muito, de sempre lembrá-lo. A memória dele eu vou fazer ser lembrada porque ele deixou um marco muito grande para a nossa família. Vinte anos sem ele e nós conseguimos ver essa igreja lotada de amigos queridos, todos prestigiando", declarou Michelle Magalhães, viúva do deputado.O filho do deputado, Luis Eduardo Magalhães Júnior, vice-presidente da Rede Bahia, também lembrou do pai como um homem de muitos exemplos a serem seguidos, por ele e por outros. "Ele me deixou vários exemplos. Exemplo de homem, de pai, de cidadão e, sobretudo, de ser humano. Que esses exemplos sirvam também para outras pessoas", disse o filho. 

O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, lamentou a morte repentina e precoce do irmão. Para ele, o deputado ainda tinha muito o que alcançar e contribuir em vida. "Ele teria dado saltos mais altos, conquistado postos maiores, mais aí o destino... Uma figura muito importante que conquistou um prestígio nacional muito grande, sendo responsável por transformações importantes na política", comentou Antonio Carlos Júnior.  Renata Correia, Rosário Magalhães, ACM Neto e Antonio Carlos Júnior presentes na cerimônia (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) A jornalista Paula Magalhães, filha do deputado e editora do caderno Bazar do CORREIO, lembrou do pai com saudade."Eu sempre digo que ele era o pai ausente mais presente, porque o pouco tempo que ele tinha com a gente, filhos, era vivido intensamente, mostrando todos os caminhos e orientando profissionalmente e na vida sentimental", lembrou Paula.Para a atriz e modelo Carol Magalhães, também filha do deputado, o maior legado que o pai pode ter deixado foi a sua trajetória política."O legado foi exemplo de dignidade por ser um político importante. Uma pessoa que tínhamos como exemplo pelas palavras e lições que nos deixou", comentou Carol. O prefeito ACM Neto também esteve presente na cerimônia. "Até hoje ele marca a história do Brasil pelo que fez como parlamentar, pela sua visão de futuro, pelo seu espírito público, então, Luis Eduardo é lembrado em todo o país pelo grande político que foi e, apesar de se passarem 20 anos, os seus exemplos ficaram e sobretudo inspiram as novas gerações de políticos no Brasil", comentou Neto, sobrinho de Luis Eduardo.

Também sobrinha de Luis Eduardo, a acionista do CORREIO, Renata Correia, falou da admiração deixado pelo deputado. "Luis Eduardo foi um exemplo para nós. Sua luta por um Brasil mais justo e desenvolvido ficou como legado para as gerações seguintes. Sempre tive orgulho dele", declarou.

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Trajetória Nascido em Salvador e formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luis Eduardo Magalhães ingressou na carreira política em 1973, quando tinha 18 anos, como Oficial de Gabinete do Governador do Estado da Bahia, cargo ocupado por seu pai, Antonio Carlos Magalhães.

Em 1975, Luis Eduardo se tornaria Chefe de Gabinete do Primeiro-Secretário da Assembleia Legislativa da Bahia, permanecendo na função até 1979, quando saiu candidato a deputado estadual, com apenas 23 anos.

Ocupou o posto de deputado estadual por dois mandatos consecutivos, sendo eleito presidente da Assembleia Legislativa da Bahia. Em 1987, foi eleito deputado federal, exercendo também a função de presidente da Câmara entre 1995 e 1997.

Naquele ano, Luis Eduardo era considerado o pré-candidato favorito ao governo da Bahia, nas eleições que aconteceriam em outubro. Além disso, era apontado dentro do então Partido da Frente Liberal (PFL) como o principal concorrente à Presidência da República, na eleição de 2002.

O político era casado com Michelle Marie Magalhães, com quem teve três filhos, Carol Magalhães, que também esteve no ato na Alba, Paula Magalhães e Luis Eduardo Magalhães Filho. No âmbito pessoal, o deputado era conhecido por ser um apreciador refinado de música, literatura e filmes, além de ter sido um fã declarado dos escritores Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro, conhecidos internacionalmente por escrever as belezas e costumes da Bahia. 

Até hoje marca a história do Brasil pelo que ele fez como parlamentar, pela sua visão de futuro, pelo seu espirito público, então, Luis Eduardo é lembrado em todo o país pelo grande político que foi e apesar de se passarem 20 anos os seus exemplos ficam e sobretudo inspiram as novas gerações de políticos no Brasil.