Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Moradores fazem protesto contra construção de condomínio em Stella Maris

Eles afirmam que o projeto terá torres de 18 andares e impactos ambientais

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 15 de abril de 2023 às 15:34

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Gil Santos/ CORREIO

Moradores do bairro de Stella Maris, em Salvador, fizeram uma manifestação neste sábado (15) contra a construção de um condomínio à beira mar. Eles argumentam que o empreendimento vai causar danos ambientais e pedem que a obra seja embargada. Os Ministérios Públicos Estadual e Federal foram acionados, e o grupo pretende ingressar com uma ação judicial. O Município informou que está avaliando o projeto.

A confusão começou há cerca de dois meses, quando moradores da Alameda Praia de Guaratuba viram o terreno cercado e máquinas derrubando os coqueiros. Um stand de vendas do novo condomínio e uma guarita já foram construídos no local. Segundo a Associação Stella4maris, que representa moradores e comerciantes da região, serão 8 torres com até 18 andares, e 690 apartamentos.

A presidente da entidade, Clarice Bagrichevsky, explicou que os moradores estão preocupados com os impactos ambientais da construção, como os efeitos das obras na desova das tartarugas, das sombras das torres que serão lançadas sobre a areia e o mar, e o efeito das intervenções na fauna e na flora da região.

“Embora o PDDU permita a verticalização do bairro é preciso ter bom senso. É uma área de proteção ambiental, de beira de praia, e eles cercaram e praticamente privatizaram a praia. Um paredão de oito edifícios de 18 andares em frente à praia. Isso é um absurdo”, afirmou.

Ela explicou que a Associação está encontrando dificuldade para localizar os responsáveis. “É uma construtora de Minas Gerais, eles têm uma empresa que acabaram de abrir em Salvador chamada Iberostella, que nos custou quase um processo, porque nos achávamos que era subsidiária da Iberostar, mas não é. Descobrimos que essa Iberostella foi aberta pela Construtora Dimensional, que é a mesma empresa que pretende levantar as 18 torres”, contou a presidente.

Desde que as intervenções no terreno começaram os moradores do Condomínio Sol do Atlântico estão tendo trabalho com a invasão de animais. A nutricionista Yanca Bordoni, 24 anos, contou que iguanas e cobras estão sendo encontradas com frequência.

“Na sexta-feira, o administrador do condomínio resgatou uma iguana e colocou na vegetação de novo. Já apareceram também cobras, porque essa semana teve uma queimada na vegetação do terreno onde haverá essa construção. Isso vai virar constante. Antes das intervenções o aparecimento de tantos animais era mais difícil”, disse.

Yanca afirmou que por conta da altura das chamas e da fumaça foi preciso acionar os bombeiros, e que existem homens trabalhando a noite, com entrada e saída de máquinas provocando barulho. Neste sábado, os manifestantes caminharam pelas ruas do bairro e disseram palavras de ordem em frente ao terreno, no final da Alameda Praia de Guaratuba. Eles levaram faixas, apitos e cartazes. Policiais militares e vigilantes da obra acompanharam a manifestação a distância.

Os moradores contaram que protocolaram um pedido de embargo cautelar ambiental da obra no Ministério Público do Estado (MP) e no Ministério Público Federal (MPF), no dia 15 de março, mas que ainda não houve retorno.

Agora, a Associação está cogitando ingressar com uma ação no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) através de advogados particulares.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) informou que concedeu um alvará para a empresa construir o stand, mas que ainda está avaliando o projeto do novo condomínio. Não há prazo para a conclusão dessa análise.

O CORREIO não conseguiu contato com a empresa citada pela presidente da Associação.

O MP e o MPF foram procurados pela reportagem, mas ainda não se manifestaram.