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Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 10:47
- Atualizado há 2 anos
Com cartazes e faixas, moradores da comunidade do Boqueirão, na zona de transição entre os bairros do Nordeste de Amaralina e Santa Cruz, fazem um protesto no enterro da diarista Lílian Santana dos Santos, 37 anos, morta durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes na última terça-feira (1º). As mensagens cobram do governo mais segurança e acusam a polícia de atirar em pessoas que não têm envolvimento com o crime. Moradores questionam ação da polícia em comunidade (Foto: Bruno Wendel)“Governador, queremos respeito. Essa polícia não está preparada para agir na comunidade. Chegam atirando, batendo em pessoas de bem”, diz um dos cartazes. O clima é de tensão e comoção no sepultamento no Cemitério Municipal de Brotas. Cerca de 100 pessoas foram ao local se despedir da diarista e protestar contra a insegurança.>
A líder comunitária Vera Lúcia Teixeira reforçou a cobrança. “Cadê o Pacto pela Vida no Nordeste de Amaralina? O pacto está se tornando o pacto pela morte. O governo trouxe só força policial e nada de social. Eles sempre entram atirando na comunidade”, acusou. Mãe de Lilian é amparada em sepultamento(Foto: Bruno Wendel)Segundo familiares, no dia do crime, Lílian não havia ido trabalhar porque foi sacar o benefício do Bolsa Família. Depois, ela foi até a casa da tia, que morava na mesma rua, para almoçar. A mulher aguardava no sofá quando foi atingida no braço e na barriga dentro da casa da tia. Ela foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. >
A mãe de Lílian, Maria Lúcia dos Santos, 61 anos, lamentou a perda. “Perfuraram o figado de minha filha. Ela estava sentada no sofá, quando foi baleada e caiu. Logo se formou uma poça de sangue. Não houve troca de tiros com ninguém da casa”, disse. Maria Lúcia contou ainda que a neta, Marjorie, 9 anos, também foi atingida pelos disparos. “Quase tive duas perdas”, comentou. >
Emocionado, um amigo de Lílian desmaiou durante o sepultamento. Por causa da comoção, dois policiais de uma guarnição da 26ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Brotas) não conseguiram entrar no cemitério. Eles foram xingados pelos moradores.Comunidade levou cartazes para protestar contra morte de moradora (Foto: Bruno Wendel)Já a líder comunitária Leosana Santos lembrou que Lílian era querida na comunidade. “Você vê que a comunidade está aqui presente. Ela era querida por todos. Estava almoçando e ia pegar o Bolsa Família, quando aconteceu isso”, citou.>
Ela afirmou ainda que os moradores não são beneficiados por traficantes e pediu que o governo garanta a segurança na comunidade. “A gente não depende de cesta básica e de gás de facção. Nós trabalhamos e o que estamos defendendo é de direito nosso: segurança”, afirmou Leosana.>
*Com informações do repórter Bruno Wendel.>
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