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Motociclista que teve pescoço cortado por cerol evitava região da Boca do Rio

João Arcângelo foi socorrido mas não resistiu ao ferimento

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 13:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

O motociclista João Arcângelo Rend, 56 anos, fazia um passeio com a esposa pela orla de Salvador na tarde deste domingo (26). Ao retornar para casa, enquanto trafegava na Avenida Octávio Mangabeira, na Boca do Rio, uma linha "temperada" com cerol enroscou em seu pescoço. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular, mas morreu um dia depois. O sepultamento aconteceu na manhã desta terça-feira (28), no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas.

Os familiares de João disseram ao CORREIO que, no domingo, ele resolveu sair para fazer um passeio de moto com a esposa. O funcionário recém-aposentado da Petrobras queria sair à procura de baleias pela orla de Salvador. Já retornando para casa, que fica no bairro do Stiep, foi surpreendido por uma dor que ele só entenderia a causa segundos depois de estacionar a moto.  Enterro reuniu amigos e familiares do motociclista (Foto: Marina Silva/CORREIO) Corte Após descer do veículo, na altura do antigo Aeroclube, João percebeu que estava com um corte na região do pescoço e que sangrava muito. Não demorou muito para perceber que a fissura foi causada por uma linha com cerol - naquela região é comum encontrar pessoas que se divertem soltando pipas. A venda e a utilização do cerol, no entanto, é proibido em Salvador desde junho de 2017. 

A esposa que estava na garupa não ficou ferida. João, por sua vez, teve um corte grande no pescoço. Ele chegou a ser socorrido por uma outra pessoa que transitava pela via e encaminhado para o Hospital da Bahia, onde deu entrada, segundo familiares, entre 17h e 18h. “Ele perdeu muito sangue, estava com a camisa muito suja. Ainda conseguiu descer da moto e chegou a tirar o capacete e a própria camisa. Como ele era uma pessoa muito preocupada, foi primeiro ver se estava tudo bem com a esposa”, conta uma das irmãs da vítima, a secretária Rita Rend, 50. Projetos João trabalhou durante 30 anos na empresa estatal e, há dois anos, estava aposentado. Ele havia, há pouco tempo, comprado um barco, que era utilizado para fazer pescarias. “Meu irmão iria construir uma casa de praia, um outro sonho dele, um projeto para curtir com a filha”. A vítima tinha uma filha de 19 anos. 

A irmã relembra ainda que o irmão era uma pessoa muito preocupada com questões de segurança. No bairro do Stiep, por exemplo, os vizinhos conheciam ele por ser um homem muito atencioso com o bairro. “Ele sempre foi muito preocupado com a segurança do local, tinha conseguido, recentemente, colocar uma guarita”, disse. 

O trajeto que João realizou no dia do acidente não era feito com frequência, o medo era justamente sofrer um acidente. “Não, esse é o problema. Ele não fazia, achava perigoso. Sabia dos riscos”, lamenta o sobrinho João Galvão, 19. 

O motociclista chegou a realizar uma cirurgia na unidade de saúde, mas não resistiu ao sofrer uma parada cardíaca já por volta das 6h desta segunda-feira (27). O seu corpo foi sepultado sob forte emoção logo após às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade.  Vítima deixa mulher e filha (Foto: Reprodução) Crime Em entrevista à TV Bahia, o delegado titular da 9ª Delegacia (Boca do Rio), ACM Santos, afirmou que as investigações já foram iniciadas para buscar o autor do crime. No entanto, ele ressaltou que será difícil chegar ao culpado pela morte do motociclista.

"Vamos fazer um trabalho principalmente de conscientização. Já está sendo colocada viaturas no local para chamar a atenção das pessoas para de que forma podemos evitar isso. Eu tenho plena convicção de uma coisa: vai ser difícil elucidar a autoria desse crime, mas o trabalho de prevenção será feito", disse. Ainda de acordo com ele, o crime é configurado como lesão corporal seguida de morte. 

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier