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Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 21:30
- Atualizado há 2 anos
As mulheres são maioria no Carnaval de Salvador. Pelo menos entre os vendedores ambulantes. De acordo com dados da prefeitura, as mulheres representam 67,6% do total de trabalhadores cadastrados para a folia deste ano. Ou seja, dos 4.500 vendedores durante a festa, mais de 3 mil são mulheres.>
Sem trabalho formal, muitas dessas vendedoras veem na festa a oportunidade de uma renda para o sustendo. É o caso da estudante Tailane dos Santos, de 20 anos. Trabalhando pela primeira vez no Carnaval, ela conta que vai usar o dinheiro que conseguir para pagar o curso técnico de Enfermagem.>
“Minha mãe se separou de meu pai e eu estou ajudando ela. Ela está sem condições de pagar meu curso técnico em enfermagem. A minha expectativa é que até o Carnaval eu consiga esse dinheiro”, conta a estudante, que vive com a mãe e três irmãs.>
Já Juciane de Jesus, de 27 anos, está no nono Carnaval. Para ela, a festa é o momento de garantir o sustento da família. "Pagar minhas dívidas, comprar comida, o material escolar e farda do meu filho. Pra mim essa renda significa tudo", explica ela.>
“Eu moro com quatro pessoas. Minha mãe, meu filho de 10 anos e meu namorado, que também é correria. O que vier a gente faz. Minha mãe está parada porque está doente, então eu preciso trabalhar pra ajudá-la”, completa Juciane.>
Assim como Juciane, Laila Santos, de 26 anos, também viu na festa momesca a chance de ajudar a família. Desempregada, ela sustenta sozinha o filho de 10 anos.>
“Com essa renda que faço aqui eu compro as coisas pra dentro da minha casa, compro material de escola do meu filho. Eu me sustento durante um mês”, conta.>
Os casos das três vendedoras não são isolados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu no Brasil a porcentagem de mulheres que sustentam o lar. De 2017 para 2018, o número de chefes de família do gênero feminino passou de 30,3 para 32,1 milhões.>
Novo material Na última quinta-feira (20), vendedores tiveram o material de trabalho danificado após confusão no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Eles receberam novos kits barracas, sombreiros e caixas de isopor para trabalharem durante a folia.>
“Nós sabemos como os ambulantes se preparam para aproveitar o período de festas e fazer uma renda extra. Assim que ficamos sabendo do que aconteceu, buscamos a melhor forma para ajudar as vendedoras. Felizmente conseguimos atender a esta demanda”, comentou Harry Racz, gerente regional de marketing da Ambev.>