Outros três macacos são encontrados mortos em Salvador

Desde o início do ano, 35 animais mortos e feridos foram recolhidos em Salvador

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 22:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Três macacos mortos foram encontrados em Salvador nesta segunda-feira (29): um no bairro da Barra, outro no Cabula e o terceiro em Patamares. Os três foram recolhidos pela Guarda Municipal e encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Muniz (Lacen) para análise. Um quarto animal, encontrado vivo na Ribeira, foi encaminhado para o Cetas/Ibama.

Segundo a assessoria da guarda, os animais não tinham marcas de violência. A suspeita é de febre amarela. Desde o início do mês, 35 animais mortos e feridos foram recolhidos em Salvador. Em todo o mês de janeiro de 2017, a guarda encontrou quatro animais nessas circunstâncias.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) emitiu uma carta aberta definindo políticas de curto e médio prazo para prevenir futuros surtos. 

“A Febre Amarela é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada desde que se adote medidas de prevenção adequadas, o que inclui elevadas coberturas vacinais e informações e ações de educação em saúde""Estas ações, que devem ser contínuas e intensificadas quando se detecta epizootias, evitariam a crise pela qual estamos passando com dezenas de mortes até o momento”, afirma a Abrasco.Dentre as medidas sugeridas estão o reforço da produção e distribuição das vacinas para que haja vacinação seletiva e imediata de populações residentes ou que visitam áreas com registro recente de casos de febre amarela e adotar medidas para evitar a transmissão urbana da doença no Brasil. 

A associação alerta ainda para o risco de epidemia urbana da doença, visto que nas cidades a febre amarela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já que o vetor está presente em 90% dos municípios brasileiros. 

“Caso haja transmissão pelo Aedes aegypti em áreas urbanas, além das mortes que fatalmente ocorreriam até se detectar o problema e realizar um amplo bloqueio vacinal, o real controle da situação exigiria um enorme esforço e imenso quantitativo de vacinas para se proteger as populações residentes nas áreas urbanas infestadas”, afirma a associação.

Na última segunda-feira (22), seis macacos Bugio do zoológico de Salvador foram transferidos para uma área protegida, já que são mais suscetíveis ao contágio de doenças. O veterinário e coordenador do Parque Zoobotânico de Salvador, Vinicius Dantas, ressaltou a importância dos macacos na detecção da doença. “Eles não são transmissores da febre amarela, mas ficam doentes como nós ficamos. Eles são sinalizadores - se os macacos não ficassem doentes, a febre amarela chegaria de forma silenciosa pra gente”, ele explicou.