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Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 07:00
Leo Barsanleo.barsan@redebahia.com.br>
O primeiro dia da paralisação nacional dos médicos conveniados a sete planos de saúde pegou muitos segurados de surpresa. A medida deixa 400 mil segurados baianos sem atendimento. >
A assistente financeira Michele Azevedo, 33, só soube que seus exames deveriam ser remarcados, após chegar a um hospital na Graça ontem de manhã, dia previsto para a consulta. “Saí do Cabula e quando cheguei fui surpreendida. Perdi a manhã e faltei ao trabalho para vir ao médico”, contou ela, que seria atendida pelo médico através do plano Sulamérica.>
Médicos conveniados a outros seis planos - Hapvida, Amil/ Medial, Cassi, Petrobras, Geap e Golden Cross – suspenderam exames, procedimentos, cirurgias e consultas até o dia 19 de outubro. Só estão assegurados atendimentos em emergência e urgência.>
Precavido, o aposentado Orlando Siqueira, 68, correu a uma clínica no Canela para saber se a consulta com o cardiologista prevista para amanhã estava confirmada. “Tive que remarcar. Entendo o lado dos médicos, mas sempre quem sofre é o paciente. A gente acaba pagando o preço duas vezes, isso quando não se paga com a própria vida”, refletiu. >
Segundo a Comissão Estadual de Honorários Médicos (Cehm), a decisão de suspender o atendimento integra a mobilização nacional contra os planos que, segundo os profissionais de saúde, se recusam a negociar o valor dos repasses feitos pelos procedimentos médicos. >
Os médicos alegam que, nos últimos dez anos, seus honorários passaram por reajustes de 50%, enquanto os planos aumentaram mais de 130%. Os médicos tiveram um encontro ontem com representantes da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon); do Ministério Público; da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos usuários dos planos de saúde.>
A decisão, porém, foi de manter a paralisação até o próximo dia 19.>