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Segredo revelado: presente principal para Iemanjá foi estrela do mar

'Buraco de Iaiá', onde oferenda é deixada, é tido como "morada" do orixá

  • D
  • Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 21:57

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Betto Jr./CORREIO

A espera terminou: todo o segredo que envolvia a festa religiosa de Iemanjá se encerrou com a procissão marítima que entregou o presente à Rainha do Mar. Foram centenas de embarcações de pescadores que levaram os balaios repletos de flores banhadas de alfazema e fé à Iaiá. Na oferenda principal, uma estrela-do-mar de 1,5 m de comprimento e 50 cm de largura, que foi a escolha de Iemanjá para a festa deste ano.

A procissão saiu da praia do Rio Vermelho aplaudida de pé por todos os devotos. Além de palmas, gritos, fotos, choros e a convicção de que Iemanjá irá ouvir a todos os desejos ali realizados. Teve quem entregasse a oferenda diretamente na praia, teve quem pegasse uma embarcação para entregar mais próximo e aqueles que entregaram diretamente no caramanchão, local em que os presentes foram recolhidos para serem jogados ao mar.

Desde o dia 1º, o caramanchão está disponível para devotos no Rio Vermelho, ao lado da Casa de Iemanjá, como em todos os anos. É nele que milhares de pessoas - que esperaram na fila quilométrica espalhada pela Rua da Paciência - depositaram seus presentes e suas fés. Foto: Betto Jr./CORREIO Escolha A estrela do mar foi oferecida pela babalorixá Jacira de Obaluaê, do terreiro Ilê Axé Jibayê, em Itinga, com o apoio dos pescadores, que realizaram uma pesquisa prévia sobre os presentes a Iemanjá e perceberam que uma estrela do mar nunca havia sido ofertada. Em um jogo de búzios, a Rainha do Mar escolheu a primeira opção apresentada, a estrela-do-mar.

Logo atrás do caramanchão, onde o presente estava disposto, um ritual estava sendo realizado por membros do terreiro Ilê Axé Jibayê. Nele, todos os orixás estavam sendo cultuados. Com o som dos tambores no fundo e a fé em alta, tinha até mesmo aqueles que incorporavam as entidades no meio do balcão. Tudo isso para reverenciar a Orixá “de mais perto”.

Isso porque os presentes foram entregues pela procissão especificamente no Buraco de Iaiá, local a 7,5 km da costa que abriga uma lenda urbana. "Lá é a casa em que Iemanjá mora. É a morada dela. Então nós não podemos jogar em outros lugares, tem que ser lá. E é no Buraco de Iaiá que o presente é entregue há 95 anos", contou a babalorixá Jacira de Obaluaê. Pouco depois das 16h as embarcações estavam na água (Foto: Leitor CORREIO) A espera na fila para depositar as flores nos balaios espalhados no caramanchão e a importância de realizar a entrega das ofertas à Iemanjá no local é explicada pelo babaquequê do terreiro Ilê Axé Jibayê, Jaime Dias. “Na praia as pessoas muitas vezes estão bebendo e acabam não respeitando tanto a celebração, aqui nós temos um compromisso muito grande com a Orixá, fora a entrega no local sagrado", disse.

Presidente da Colônia de Pescadores Z1 - responsável pela procissão marítima - desde 2009, Marcos Antônio Chaves, conhecido como Branco, afirmou que além do comprometimento com a Orixá, a Colônia tem uma responsabilidade muito grande com os devotos de Iemanjá. "A cada presente, aumenta a responsabilidade com ela e com o povo exponencialmente. Nós queremos ofertar conforto e comodidade para todos os devotos de Iemanjá", disse.