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Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2011 às 08:57
- Atualizado há 2 anos
Leo Barsan | Redação [email protected]>
Salvador contava apenas com um emissário submarino - tubulação que leva o esgoto tratado para o mar - , no Rio Vermelho, que já operava no limite da capacidade (8,5 mil litros de efluente por segundo). Mas, ontem pela manhã, o governador Jaques Wagner inaugurou o emissário submarino na praia dos Artistas, na Boca do Rio, o que permitirá que a cobertura de esgotamento da capital baiana ultrapasse os atuais 85%. >
Obras em três bacias ainda estão paradas e atrasam cobertura maior>
Segundo o governador, o novo Sistema de Disposição Oceânica Jaguaribe (SDO), beneficia mais de 1,9 milhão de pessoas em Salvador e em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana. “Não teremos mais necessidade de esgoto a céu aberto e há a preservação do meio ambiente, com a descontaminação de rios, lagos e da água do subsolo”, destaca Wagner. A obra foi realizada com R$ 250 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. >
“(O emissário) Permite que a Embasa amplie a capacidade de receber novas linhas de saneamento básico. Poderemos chegar a 100%, a depender do crescimento da cidade”, avalia. Hoje, segundo a assessoria de comunicação da Empresa Baiana de Saneamento Básico (Embasa), a cobertura do serviço de esgotamento atende 85% da capital.>
Mas, para isso, as obras de outras três bacias (Águas Claras, Cambunas e Trobogy) que vão atender pelo menos dez bairros - Valéria, Castelo Branco, Vila Canária, Águas Claras, Sete de Abril, Jardim Nova Esperança, Canabrava, Trobogy e São Marcos - devem ser retomadas. “Temos capacidade de tomar dinheiro e vamos concluir porque senão não faria sentido”, assegura o governador.>
O presidente da Embasa, Abelardo Oliveira Filho, prevê a conclusão das obras para 2012. “Essa obra integra várias intervenções que estamos fazendo em Salvador. São R$ 850 milhões de recursos já assegurados”, garante. Já o município de Lauro de Freitas também precisa fazer obras de ligações domiciliares, além da da ligação entre a cidade e o sistema interceptor da Paralela, instalado em 2009.Das 27 bacias de esgotamento sanitário de Salvador, sete (Saboeiro, Alto e Baixo Pituaçu, Baixo e Médio Jaguaribe, Mangabeira e Itapuã) estão ligadas ao novo emissário - com capacidade para dispersar 5,9 mil litros de efluente por segundo, a 40 metros de profundidade. >
FuncionamentoOs esgotos domésticos coletados na área norte da cidade seguem para uma estação elevatória no Saboeiro, através do sistema interceptor instalado na avenida Paralela, e por ligações já existentes antes direcionadas para o Rio Vermelho, mas que foram desviadas. Ainda nesta etapa, os efluentes passam por um processo de retirada dos sólidos grosseiros como garrafas, copos plásticos, folhas e brinquedos. Em seguida, passam por uma caixa de areia, antes de serem bombeados para a Estação de Condicionamento Prévio (ECP), inaugurada ontem.>
Já na ECP, os efluentes passam por outra caixa de areia e vão para peneiras, onde são retirados os sólidos mais finos ainda presentes. Em seguida, os efluentes passam por tratamento de odores para lavagem dos gases. Depois, são lançados ao emissário terrestre com 1,4 quilômetro de extensão, até chegar ao emissário submarino, que se estende por 3,6 quilômetros da praia até a destinação final adequada, a 40 metros de profundidade.>
A obra foi realizada por meio de parceira público-privada (PPP) e será administrada por 15 anos pela empresa Foz do Brasil. “É a vantagem da PPP, porque agora o estado assume o pagamento mensal da utilização do serviço. Se, amanhã, der um problema e a empresa parar de fazer o tratamento do esgoto, vamos parar de pagar”, disse ele, ressaltando que o custo mensal médio para os cofres públicos é de R$ 4 milhões. >