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Naiana Ribeiro
Publicado em 27 de setembro de 2015 às 09:43
- Atualizado há 2 anos
Tem muito solteiro convicto que está disposto a deixar de lado o clima de paquera e agito para curtir um filme a dois com direito a sofá, pipoca e Netflix. E não é só romantismo, a verdade é que questões econômicas também pesam na decisão.>
Pelo menos em lazer, solteiros chegam a gastar até 50% a mais do que quem está namorando, como afirma o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) e idealizador da Calculadora do Amor (veja planilha no site do CORREIO abaixo), Samy Dana. O eletrotécnico Hugo Dias não descarta a possibilidade de engatar um namoro para cortar custos(Foto: Marina Silva)“Os solteiros gastam mais dinheiro com festas, bebidas, alimentação, lazer, cultura, estudos e viagens e esses serviços estão muito caros, principalmente nas grandes cidades”, explica Dana. Já os casais preferem uma programação menos badalada. >
“A vida social do solteiro é muito mais ativa fora de casa. Quem está namorando, ao contrário, normalmente faz quase tudo em casa mesmo”, completa. Depois de analisar as contas, o eletrotécnico Hugo Dias, de 26 anos, está dedicado no momento a encontrar um amor. >
“Estou desempregado, a crise me pegou. Se eu não conseguir uma namorada agora, não vou conseguir nunca. Se ela quiser aparecer, vai ser bem-vinda. Vai me ajudar a passar pela crise”. O eletrotécnico chega a gastar até 63,7% a mais quando está solteiro. Festinhas, churrasco com amigos e os encontros casuais somam por mês R$ 1.020. Em um relacionamento sério, os gastos com uma pizza em casa, uma ida ao restaurante japonês e ainda com direito a lembrancinha não passam de R$ 370.>
“Uma namorada é mais barata que um whisky. Se for beber um whisky importado, por exemplo, gasto R$ 160. Com a namorada, gasto R$ 160 em dois finais de semana”, compara. >
Bolso x CoraçãoAssim como a solteirice dá asas para voar, também não impõe limites sobre quanto se pode gastar, como assegura o educador financeiro Angelo Guerreiro.• Veja como funciona a ‘calculadora do amor’>
“Ser solteiro hoje é muito caro. As pessoas saem mais, gastam mais e poucas colocam no papel o quanto ganham para bancar o status de solteiro”, diz. “Já em uma relação estável, além de ter alguém para dividir as despesas, qualquer programa que façam juntos é mais barato”.A universitária Larissa Borba, 21, confessa que é muito bom ficar solteira, mas também não deixa de admitir que estar em um relacionamento sério impacta diretamente na fatura do seu cartão de crédito. >
“Desde que terminei meu último namoro, todo mês minha fatura do cartão vem R$ 1,6 mil. Antes, ela fechava, no máximo, em R$ 600. Quando você está solteira acaba gastando desesperadamente”, revela Larissa. O preço do coração livre é 64,7% mais caro do que um mês ‘in love’, regado a pizza, torta, hambúrguer e cineminha. A universitária Larissa Borba acha que ser solteira é bom, mas confessa que manter o status custa caro(Foto: Marina Silva)“Quando começo a namorar, acabou a pegação. Gasto muito menos. Adoro ficar solteira, é divertido. Mas sinto falta de alguém para dividir a conta”, constata.>
Solteiro, enrolado, namorando ou casado - independente do status de relacionamento - é preciso ter controle sobre quanto se gasta, garante Angelo Guerreiro. “Faz a diferença no orçamento quando se tem o real entendimento sobre suas receitas, despesas e atividades financeiras”, diz.Final feliz>
Como todo mundo precisa de amor, o estudante Cassius Matheus, 23, é mais um que foi atingido pelo cupido que, além de provocar aquele frio na barriga, reduziu também em 50% o gasto mensal do estudante. “O que gastava em um dia com entretenimento, gasto com ela em um final de semana”, compara.>
Matheus não limitava os gastos em baladas e festinhas. Era só surgir um convite dos amigos que a curtição era certa. “Quando você está solteiro, acaba buscando lugares onde tem muita gente para socializar. Se está namorando, tudo isso perde importância e a gente acaba dando mais valor à companhia da pessoa do que ao ambiente”, afirma ele. >
“Quase namorando”, o operador de máquina Igor Espinheira, 22, também calcula que começou a gastar pelo menos a metade do que consumia na saidinha ‘de lei’ com os amigos no final de semana, algo em torno de R$ 400. >
Com ela, as despesas ficam em R$ 200. “No namoro, você tem um planejamento e faz as contas antes. Solteiro, a gente não pensa em nada. Quando percebo, já gastei além da conta, porque toda hora aparece uma coisa diferente para fazer”, admite ele.>
O estudante colocou na ponta do lápis o que pode ser feito com o dinheiro que está conseguindo economizar. “O que gastaria em uma balada já é o dinheiro de uma viagem que poderia fazer com ela em um feriado ou no final do ano”, planeja.>