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Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 19:29
- Atualizado há 2 anos
Manuel Vital Paim, o Real, foi preso nesta sexta-feira (1) por policiais da 23ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves), acusado de incendiar um ônibus em Tancredo Neves no dia 11 de agosto.>
Depois de denúncia anônima, os policiais foram até a localidade do Canal, no bairro, e efetuaram a prisão. Além disso, também foi preso Robson de Azevedo e um menor foi apreendido. Com os três, foi apreendida uma pistola 380, munição, 12 porções de maconha e pacotes de pinos usados para embalar cocaína. O material apreendido e os presos foram levados para o Departamento de Homicídios Proteção à Pessoa (DHPP).>
“Ele confessou o incêndio ao coletivo, foi autuado por posse de arma de fogo, tráfico de drogas e associação ao tráfico”, diz o delegado Guilherme Machado, titular da 2ª Delegacia de Homicídios. Real é investigado também por quatro homicídios, segundo o delegado.>
O major Sérgio Mêrces, comandante da 23ª CIPM, diz que a polícia recebeu informação de que traficantes estavam na região do Canal e foi até lá averiguar. “Ao perceberem a chegada da viatura, eles fugiram e entraram em uma casa, fizemos o cerco, isolamos a área e em seguida eles se renderam”, diz.>
Ataque As chamas do ataque aos ônibus afetaram também a fiação de fibra ótica do local, deixando parte dos moradores das ruas Bahia e Paraíba sem internet e sem telefone. "O cabeamento foi todo destruído. Temos um prejuízo estimado em R$ 40 mil", informa Antonio Santigo, técnico da empresa Líder Telecom, de cabeamento de fibra de rede, que fazia os reparos na área. Ainda não havia previsão de quando o serviço seria normalizado.>
"Os meus vidros estouraram todos, o forro também foi consumido e está todo desrtruído. A tubulação também não presta mais e ainda fiquei com a casa toda suja. O medo aqui é tão grande que tenho medo até de falar, aqui tem olheiro", diz a dona de um imóvel que fica próximo ao local onde as kombis foram incendiadas, e preferiu não se identificar. Ela contou ainda que as chamas foram tão altas que atingiu até o último andar do imóvel. >
Um comerciante da área, que também não quis se identificar por medo de represálias, contou que cerca de dez homens participaram do ataque ao ônibus. "Os caras chegaram atirando para cima, eram uns dez homens que puseram fogo. Só estavam no ônibus o motorista, o cobrador e uma passageira e todos foram obrigados a sair". Apesar dos ônibus não estarem circulando, o comércio funciona normalmente no local. "Vou abrir, não tem jeito. Preciso do meu ganha pão. Vou abrir e pedir misericórdia a Deus". Uma senhora que mora na rua e também preferiu não se identificar destacou que não é a primeira vez que isso ocorre no local. "Já é a segunda vez", lamentou.>
Por conta do ataque, os ônibus fizeram por dois dias o final de linha em no Conjunto Arvoredo. "Em menos de 24 horas já queimaram dois ônibus e isso pode vitimar pessoas. É um desejo da categoria colocar o final de linha no Arvoredo, porque sempreque acontece incêndios, os ônibus são deslocado para lá. O local aparentemente dá a sensação de segurança", declarou na ocasião Daniel Mota, diretor de imprensa do SIndicato dos Rodoviários.>
Diretor adjunto de saúde e segurança do sindicato, Pedro Celestino lamentou ainda o fato de Salvador ter sido vítima constantemente dessa modalidade de crime, os ataques a ônibus. "Quando os bandidos querem mandar recado, eles usam os ônibus com outdoor. Estamos em meio a uma guerra urbana em que estamos ali vulneráveis", disse. Ele informou ainda que na manhã deste sábado houve outras duas tentativas de ataques a ônibus. "Foi uma entre Pirajá e Marechal Rondon e outra na Estrada das Barreiras. Na de Pirajá, os meliantes interceptaram o ônibus, os passageiros chegaram a descer, mas apareceu uma guarnição, que impediu que houvesse o ataque. Já na Estrada das Barreiras, os meliantes se assustaram com a reação dos passageiros e desisitiram da ação", informou Celestino.>