Voluntários mirins espalham atenção e brinquedos nas Obras Sociais Irmã Dulce

Obras contam com 40 voluntários mirins

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  • Nilson Marinho

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 11:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nilson Marinho/CORREIO

Algumas crianças ainda necessitam de colo, outros já correm pelos corredores dispensando os cuidados das mães. Mas todos têm algo em comum: o nome registrado na ficha de pacientes do Centro de Reabilitação de Anomalias Crânio Facial das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). O tempo de espera até chegar em um dos consultórios do centro para atendimento foi menos entediante na manhã desta terça-feira (28). Isso porque quatro voluntários mirins ficaram responsáveis por espalhar atenção e brinquedos aos pacientes no dia em que se comemora a ação voluntária. 

Logo após às 10h, quatro dos quase 40 pequenos voluntários da Osid entraram pelos corredores do centro de reabilitação onde cerca de 7 mil crianças por mês recebem atendimento e cuidados para o tratamento das anomalias labiopalatais - doença que causa falha no desenvolvimento do lábio e do 'céu da boca'.

Embaixo dos braços estavam, além de brinquedos, materiais que ajudam na higiene bucal - todos arrecadados pelo pequeno Gabriel Weber, 11 anos, o primeiro a iniciar o trabalho voluntário infantil nas obras.  Pequenos voluntários distribuiram atenção e brinquedos aos pacientes (Foto: Marina Silva/CORREIO) Despertando Ainda muito pequeno, com cinco anos, Gabriel teve um lampejo: era preciso arregaçar as mangas e fazer sozinho alguma atividade voluntária nas obras. O primeiro passo já havia sido dado com a ajuda da mãe que também é voluntária: o garoto sempre esteve presente durante as ações que ela realizava.

O passo mais largo foi dado quando ele decidiu sozinho arrecadar R$ 100 para ajudar numa campanha de construção da nova Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue e do Serviço de Hemodiálise da Osid. "Na época eu achava que era um dinheiro absurdo, muito, mas consegui, mais até, uns R$140. Eu me sinto muito feliz em saber que estou, de alguma forma, ajudando as pessoas", conta o estudante. Depois de Gabriel, vieram outros, parte dele a convite do garoto, como a Daniele Oliveira, 9, que também ajudou na distribuição dos brinquedos. "Me sinto como a irmã Dulce, ajudando o próximo", disse. 

Ação A ação desenvolvida nesta terça-feira é um pequeno exemplo do que as crianças podem fazer pelas obras. Elas ajudam em campanhas, como no período natalino. Ajudam também a amenizar o cansaço e a ansiedade de enfrentar longas viagens até chegar ao centro em busca de atendimento.

Muitas crianças vêm do interior do estado para receber ajudar, já que o Centro de Reabilitação de Anomalias Crânio Facial é a segunda maior unidade do país na recuperação de fissurados e referência no Norte de Nordeste. 

Felicidade A dona de casa Rosilda dos Santos, 36, vem pelo menos uma vez no mês da cidade de Uauá, Norte do estado, até Salvador para continuar o tratamento do filho Wilson de Abreu, 3. Ela se disse feliz em ver o filho interagindo com outras crianças e com os voluntários. 

"É bom ver ele feliz assim brincando com outras crianças. Essas ações são importantes porque já chegamos cansados e precisamos, às vezes, de uma atenção maior", disse a mãe. 

Wilson passou há dois anos por um preenchimento labial. Agora, as suas visitas às obras são para acompanhamento. Já Renan, 1,  fez a cirurgia há nove dias. Ele ainda se recupera do procedimento. "Fico feliz em ver pessoas se importando com o meu filho. É muito bom presenciar esse carinho", disse a dona de casa Najara Conceição, 18. Eles vieram da cidade de Palmas de Monte Alto, Sudoeste Baiano.

Cada voluntário mirim realiza suas ações com base em suas disponibilidades. Alguns realizam trabalhos uma vez por semanas e outros, só em ocasiões especiais, como datas comemorativas. 

*Sob a supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier