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Portal Edicase
Publicado em 19 de maio de 2025 às 19:09
A aroeira é uma árvore nativa do Brasil pertencente à família Anacardiaceae, que inclui diversas espécies, como a aroeira-preta, aroeira-do-sertão, aroeira-verdadeira e a mais conhecida, aroeira-vermelha, caracterizada por suas folhas verde-claras e frutos pequenos, redondos e vermelhos. >
Comumente chamada de pimenta-rosa, seus frutos são usados como condimento em variados pratos e bebidas, como salmão, molhos, frango e gim-tônica, conferindo um sabor levemente picante e adocicado. Porém, a aroeira não se destaca apenas na culinária: na medicina, seus frutos e extratos são valorizados por seus diversos efeitos terapêuticos. Confira, a seguir, alguns desses benefícios! >
O estudo “Schinus terebinthifolius Raddi (Brazilian pepper) leaves extract: in vitro and in vivo evidence of anti-inflammatory and antioxidant properties” , publicado na revista científica Inflammopharmacology , aponta que o extrato das folhas da aroeira tem compostos que agem como antioxidantes e anti-inflamatórios. >
Pesquisadores mediram a quantidade total de compostos fenólicos e flavonoides (substâncias conhecidas por suas propriedades antioxidantes) no extrato e identificaram que os principais compostos encontrados foram flavonoides chamados miricetina-O-pentosídeo e quercetina-O-ramnosídeo. >
A partir disso, eles analisaram um modelo de inflamação na orelha dos camundongos, induzida por uma substância chamada TPA e identificaram que o tratamento tópico com o extrato reduziu o inchaço (edema) e a atividade da enzima mieloperoxidase, que está associada à inflamação, em comparação com o grupo com tratamento in vitro. Eles também identificaram que o extrato da planta melhorou os marcadores relacionados ao estresse oxidativo, reduzindo danos causados por radicais livres. >
A planta de aroeira também pode auxiliar no tratamento de problemas digestivos, como diarreia e cólicas, quando utilizada como chá. Esse benefício se deve às suas propriedades adstringentes e antiespasmódicas que ajudam a reduzir a inflamação do trato gastrointestinal e a aliviar os espasmos musculares, promovendo o conforto digestivo. >
A aroeira pode ajudar a reduzir a pressão arterial graças aos seus compostos bioativos, como aponta o estudo “Phenolic Compounds Present in Schinus terebinthifolius Raddi Influence the Lowering of Blood Pressure in Rats” , publicado no periódico científico Molecules . A pesquisa identificou dois compostos fenólicos nos frutos da aroeira-vermelha: naringenina e ácido gálico. >
Os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas, como ressonância magnética nuclear e cromatografia líquida, para confirmar a estrutura desses compostos, que apresentaram altos teores de fenólicos e flavonoides. O estudo também avaliou o efeito desses compostos em ratos, administrando-os por infusão intravenosa, o que resultou em uma redução significativa da pressão arterial sistólica, média e diastólica — indicando o potencial desses compostos para diminuir a pressão sanguínea. >
Para investigar o mecanismo de ação, foi realizado o teste rotarod, que avalia os efeitos no sistema nervoso e muscular. O efeito relaxante dos frutos da aroeira superou até mesmo o de um medicamento conhecido, o diazepam. “Isso confirmou que a atividade vasodilatadora exercida pelos frutos de S. terebinthifolius está relacionada aos compostos fenólicos presentes na planta, que são potentes antioxidantes e inibem o estresse oxidativo, principalmente no sistema nervoso central”, descreve o estudo. >
Contudo, é importante ressaltar que a aroeira não substitui o tratamento e o acompanhamento médico em casos de pressão alta, bem como os bons hábitos de vida para o controle da doença. >
A aroeira contém substâncias como taninos, flavonoides e terpenos, que podem inibir bactérias responsáveis por infecções urinárias, como Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa . Além disso, é rica em saponinas, compostos que possuem efeito diurético e ajudam a eliminar bactérias pela urina, contribuindo também para a redução da dor associada à infecção. Todavia, seu uso não substitui o tratamento e o acompanhamento médico. >
Estudos têm mostrado que a aroeira pode apresentar propriedades neuroprotetoras, especialmente a espécie Myracrodruon urundeuva (conhecida como aroeira-preta). Um exemplo é a pesquisa “Neuroprotective Properties of a Standardized Extract from Myracrodruon urundeuva Fr. All. (Aroeira-do-Sertão), as Evaluated by a Parkinson’s Disease Model in Rats” , publicada na revista Wiley , que avaliou os efeitos neuroprotetores de um extrato padronizado da planta (SEMU) em um modelo de doença de Parkinson induzida em ratos. >
Os animais foram tratados com o extrato durante duas semanas e submetidos a testes comportamentais. Os resultados indicaram que o SEMU reverteu as alterações comportamentais provocadas pela lesão e ajudou a preservar os níveis de dopamina (DA) e DOPAC — substâncias fundamentais para o funcionamento do cérebro. O estudo também observou uma redução nos marcadores inflamatórios nos cérebros dos animais tratados, sugerindo um potencial efeito anti-inflamatório do extrato. >
A aroeira pode ser utilizada de diversas formas: em chás , como tempero, em banhos de assento, compressas ou pomadas fitoterápicas. Apesar de ser natural, é importante ter cautela: o uso prolongado ou em excesso pode causar irritações ou reações alérgicas, principalmente em pessoas sensíveis. Além disso, gestantes e lactantes devem evitar o consumo sem orientação médica. Para garantir o uso seguro e eficaz, sempre consulte um profissional da saúde ou fitoterapeuta. >