Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Portal Edicase
Publicado em 16 de junho de 2025 às 16:09
A hipertensão arterial é conhecida por seus riscos ao coração e aos vasos sanguíneos. Contudo, a doença também é uma das principais responsáveis pela doença renal crônica, sendo a principal causa no Brasil. Quando não controlada, a pressão alta pode comprometer os rins de forma progressiva e silenciosa. >
A seguir, a nefrologista Dra. Andrea Pio de Abreu, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora de relações institucionais da Sociedade Brasileira de Hipertensão, lista os principais cuidados para proteger os rins em casos de pressão alta. Confira! >
Monitorar a pressão é fundamental para manter a saúde dos rins. “A medida da pressão arterial no consultório regularmente é importante, principalmente porque o(a) médico(a) poderá avaliar os casos em que não basta medi-lá no consultório, sendo necessário medir fora dele também, como a Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Muitos pacientes têm a chamada hipertensão mascarada, que só aparece fora do ambiente médico”, alerta a Dra. Andrea Pio de Abreu. >
Segundo ela, define-se hipertensão como aquela maior ou igual a 140/90 mmHg no consultório, mas manter os níveis abaixo de 130/80 mmHg pode ser o ideal para quem tem fatores de risco como diabetes, histórico familiar ou já apresenta lesões em órgãos como coração ou rins. >
Os exames que verificam a saúde dos rins são essenciais para quem tem pressão alta. “A creatinina e o exame de urina são os principais marcadores que indicam se os rins estão funcionando bem. Com a creatinina, pode-se calcular a taxa de filtração glomerular do paciente, que estima sua função renal. Já no exame de urina é possível avaliar a presença de proteína ou albumina, o que é um marcador precoce da lesão renal. Pacientes hipertensos devem fazer esses exames a cada seis meses, ou pelo menos uma vez por ano”, orienta a médica. >
A especialista reforça que a doença renal crônica é silenciosa nas fases iniciais. “Quando os sintomas aparecem, como inchaço, cansaço excessivo ou alterações urinárias, o quadro já está avançado”, alerta. >
O consumo excessivo de sal prejudica a saúde de forma geral, especialmente a dos rins em pessoas hipertensas. “O excesso de sal aumenta diretamente a pressão arterial. Evitar temperos industrializados, embutidos, enlatados e fast foods é fundamental para quem quer proteger os rins”, explica a Dra. Andrea Pio de Abreu. >
A médica sugere que os pacientes busquem substituições naturais: “Use ervas frescas, alho, cebola e azeite para temperar. São alternativas mais saudáveis e que ajudam a manter a pressão sob controle. É importante a avaliação de um nutricionista, em parceria com o médico, nos casos de hipertensão e doença renal já estabelecida”. >
É fundamental seguir corretamente o tratamento e o uso dos medicamentos prescritos para a hipertensão. “Muitos pacientes param de tomar os remédios quando se sentem bem, mas a hipertensão é uma doença crônica e precisa de controle contínuo. Abandonar o tratamento pode acelerar o dano renal”, alerta. >
A Dra. Andrea Pio de Abreu também ressalta que a adesão correta à medicação evita a progressão da hipertensão e protege diversos órgãos: “Tratar a pressão é cuidar do corpo como um todo — coração, cérebro, artérias e rins agradecem”. >
Maus hábitos podem agravar o quadro de pressão alta. “Obesidade, sedentarismo e estresse crônico agravam a hipertensão. A boa notícia é que hábitos saudáveis têm efeito direto na preservação da função renal”, afirma. >
A médica recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica e destaca: “a mudança no estilo de vida deve ocorrer com o tratamento medicamentoso, sendo ambos fundamentais para o sucesso a longo prazo”. >
A prevenção é a melhor aliada dos pacientes com pressão alta. “A hipertensão não controlada danifica os rins pouco a pouco, sem causar dor ou sintomas imediatos. Por isso, a prevenção é a maior aliada. Se você tem pressão alta, não espere sentir algo para agir. Vá ao médico, faça os exames e cuide do seu corpo com responsabilidade”, conclui a especialista. >
Por Sarah Monteiro >