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Portal Edicase
Publicado em 15 de maio de 2025 às 20:09
A dor na coluna pode estar associada a diferentes doenças e afeta uma parcela significativa da população brasileira. Para se ter uma ideia, dores na coluna e hérnia de disco foram as condições que mais geraram benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) no Brasil em 2024, segundo o Ministério da Previdência Social (MPS) — ou seja, afastaram trabalhadores por mais de 15 dias, com exigência de perícia médica. >
Mas a dor na coluna pode ter causas diferentes, sendo uma das mais comuns a hérnia de disco. A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, e as vértebras móveis — localizadas nas regiões cervical, torácica e lombar — são separadas por discos intervertebrais. Esses discos funcionam como amortecedores naturais, protegendo a medula espinhal e permitindo a flexibilidade necessária para os movimentos do dia a dia. >
A hérnia de disco ocorre quando um disco intervertebral — responsável por amortecer o impacto entre as vértebras — se desloca ou sofre lesão , causando pressão nos nervos ao redor da coluna. Isso pode resultar em dor intensa e limitação dos movimentos. Abaixo, os fisioterapeutas André Pêgas e Laudelino Risso, responsáveis pelas clínicas de fisioterapia Doutor Hérnia, listam alguns sintomas comuns do problema. Confira! >
Quando o nervo ciático está comprimido ou inflamado, causa uma dor que começa no glúteo e desce pela parte de trás de uma das pernas, muitas vezes com queimação. Essa condição tem relação direta com a presença de hérnia de disco na coluna lombar. >
Em alguns casos, a dor no nervo ciático ainda não aconteceu, sendo precedida por dormência ou formigamento. Também pode ser sintoma de hérnia de disco. >
Essas são características da hérnia de disco na região cervical. Da mesma forma que a hérnia de disco lombar, quando ela ocorre na cervical, pode existir sensação de dormência nos braços e nas mãos. >
A hérnia de disco pode causar perda de força muscular, tanto nos membros superiores quanto nos membros inferiores. Isso porque o deslocamento do disco intervertebral comprime as raízes nervosas que enviam sinais para os músculos e, dependendo da gravidade do caso, pode haver uma interrupção entre a comunicação desses músculos com o cérebro. >
Mais uma vez, o sintoma está relacionado com a compressão que as raízes nervosas sofrem pelo deslocamento do disco intervertebral: ao dificultar o sinal enviado à musculatura, restringem-se os movimentos. Com a piora do quadro, é cada vez mais difícil realizar atividades cotidianas e até de movimentar o pescoço. >
A hérnia de disco é uma condição que afeta homens e mulheres em idades variadas. Alguns casos precisam ser operados, mas André Pêgas e Laudelino Risso informam que a maioria dos casos do problema é tratado sem a necessidade de cirurgia. >
“O chamado tratamento tradicional é composto por um protocolo de reabilitação da coluna vertebral realizado em sessões que duram em torno de três a seis meses. Esse é o período para que o paciente recupere plenamente suas funções e controle as dores, retomando a qualidade de vida, sem precisar passar pelo risco cirúrgico”, explicam. >
A avaliação do paciente precisa ser criteriosa e exige exames físicos e de imagem. Além do acompanhamento médico e fisioterapêutico, são necessárias mudanças no estilo de vida — desde o que tange às atividades diárias , como abaixar-se e se levantar, pegar objetos pesados e carregar as compras, por exemplo, até as atividades profissionais. >
“Há situações que necessitam de eliminação de esforços repetitivos, adequação de estações de trabalho, mudanças comportamentais e adoção de atividades físicas específicas para fortalecimento de musculatura. Tudo isso deve ser orientado por fisioterapeutas capacitados, que podem reduzir o risco de o paciente ter recidivas ou piorar o quadro”, finalizam os profissionais. >
Por Simone Valente >