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Portal Edicase
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 16:43
A maternidade após os 35 anos tem deixado de ser exceção e se tornado uma escolha cada vez mais comum entre as brasileiras. Motivações como estabilidade emocional, maturidade profissional e o desejo de viver essa fase de forma mais consciente têm levado muitas mulheres a adiarem a gravidez. >
Segundo a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento considerável de 65,7% na quantidade de mulheres que decidiram engravidar após os 40 anos. O número saltou de 64 mil, em 2010, para 106 mil em 2022. >
Para Flávia Soccol, head global de Patient Care da Doctoralia, plataforma de agendamento online de consultas, cada vez mais brasileiras estão postergando o desejo de ser mãe. “Estamos observando uma mudança significativa no comportamento das mulheres em relação à maternidade. Muitas têm optado por adiar esse momento para priorizar outros aspectos da vida, como a carreira e a saúde emocional e física”, afirma. >
Essa tendência vai ao encontro do fato de que elas priorizam os cuidados com a própria saúde . Segundo dados do Perfil do Paciente Digital, pesquisa realizada pela Doctoralia, as mulheres lideram o uso de plataformas digitais para agendar serviços de saúde, representando 63% dos usuários, e a especialidade Ginecologia e Obstetrícia é a mais buscada. >
Segundo a ginecologista Dulce Henriques, do ponto de vista médico, é considerada gravidez tardia aquela em que a mulher tem 35 anos ou mais. “Isso porque, nessa idade, a mulher passa a apresentar uma diminuição natural da reserva ovariana, independentemente do uso de anticoncepcionais. Além disso, a qualidade dos óvulos tende a se alterar, aumentando o risco de anomalias cromossômicas, o que pode comprometer as chances de uma gravidez bem-sucedida”, explica. >
A médica alerta que as mulheres que planejam ter uma gestação em uma idade mais avançada devem se lembrar que nem sempre as coisas acontecem conforme o desejo. “Considere a possibilidade de ter dificuldade para engravidar ou outro problema. Lembre-se que o tempo não para e é uma grande desvantagem para a mulher que prioriza sua carreira antes da maternidade”, ressalta. Ela ainda destaca a importância de um acompanhamento com o ginecologista ou um especialista em Reprodução Humana. >
O adiamento da gestação, motivado, principalmente, por fatores como a busca por estabilidade financeira, foco na realização profissional e espera por um parceiro ideal, refletem uma mudança no panorama da maternidade no país e traz à tona uma série de mitos e verdades sobre gravidez tardia que merecem atenção. Veja a seguir! >
Mito. Embora existam riscos aumentados, como diabetes gestacional e hipertensão, muitas mulheres têm gestações saudáveis com acompanhamento médico adequado e um pré-natal rigoroso. >
Verdade. A partir dos 35 anos, há uma queda natural na reserva ovariana e na qualidade dos óvulos, o que pode impactar as chances de uma gravidez bem-sucedida. >
Mito. Apesar do risco aumentado de alterações cromossômicas, exames modernos como o Teste Pré-Natal Não Invasivo (NIPT) ajudam na detecção precoce, e hábitos saudáveis das mães maduras podem favorecer o bebê. >
Verdade. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento prioritário para gestantes com 35 anos ou mais, incluindo exames específicos e consultas especializadas. >
Mito. A decisão de adiar a maternidade está relacionada a diversos fatores , como busca por estabilidade financeira, carreira e o parceiro ideal — o que ocorre em diversas camadas sociais. >
Verdade. Mulheres maduras costumam apresentar maior estabilidade emocional e financeira, o que pode influenciar positivamente na criação dos filhos. >
Por Daniel Rela >