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Esther Morais
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 05:00
Parecia que tudo estava normal na vida da social media Pilar Andrade, até que, durante uma viagem, ela começou a sentir uma falta de ar fora do comum, além de cansaço e tontura. Os sintomas eram tão fortes que a baiana cancelou os planos e voltou para Salvador às pressas para descobrir o que tinha. Suspeitas de asma, tuberculose e até uma cirurgia na vesícula foram levantadas, mas nada resolvia o problema. “Eu estava cansando tanto que não conseguia nem pentear o cabelo”, lembra.>
Um tempo depois, veio o diagnóstico: em 2023, a jovem descobriu que tinha uma doença grave, rara e progressiva que muitas vezes é confundida com outras condições respiratórias devido aos sintomas - a hipertensão arterial pulmonar.>
Os sintomas iniciais incluem falta de ar, fadiga e cansaço extremo, mas, com o tempo, evoluem para tontura, desmaios, dor no peito ao fazer esforço, desconforto abdominal, inchaço nas pernas, palpitações e até risco de morte. A doença não tem cura, mas o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para retardar sua progressão e melhorar a expectativa de vida.>
O que você precisa saber sobre a hipertensão arterial pulmonar
“Hoje eu evito muito sair do meu conforto porque ali eu tô segura, mas às vezes consigo ir para uma festa. Só tenho mais cuidado porque minha vida ficou limitada, não posso fazer muito esforço. É difícil até subir escada”, desabafa.>
Ela conta que a condição traz limitações em todas as esferas da vida. “Eu trabalhava num clube de futebol, estava no campo como social media. Conversei com o pessoal para levarem um banquinho durante as partidas, fui me virando, mas em abril pedi pra sair porque queria respirar um pouco e focar na saúde”, disse.>
Atualmente, Pilar faz acompanhamento frequente com a pneumologista Camila Loureiro e toma medicamentos como parte do tratamento. Os sintomas melhoraram, mas a paciente ainda é classificada em alto risco. O objetivo agora é reduzir esse risco e melhorar, dentro do possível, sua qualidade de vida.>
“Tenho uma doença que vai progredir e não sei o futuro, mas eu moro sozinha, viajo, faço minhas coisas. Tenho que viver o agora”, desabafa.>
Na Bahia, assim como Pilar, há cerca de 500 pacientes com a mesma doença. No Brasil, o número chega a 100 mil.>
A hipertensão arterial pulmonar danifica ou bloqueia as artérias pulmonares, fazendo o coração trabalhar mais para bombear o sangue. As causas mais comuns incluem insuficiência cardíaca do lado esquerdo e doenças pulmonares.>
A condição pode levar à morte, principalmente devido à falência do ventrículo direito, que se sobrecarrega ao tentar bombear sangue contra a alta pressão nas artérias pulmonares.>
Embora não tenha cura, os tratamentos disponíveis podem controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida. O cuidado é multidisciplinar e pode incluir medicamentos para dilatar os vasos sanguíneos, diuréticos, anticoagulantes, suplementação de oxigênio e mudanças no estilo de vida.>
A doença foi tema de um painel com a pneumologista Camila Loureiro, promovido pela MSD, empresa farmacêutica global conhecida pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas. O evento ocorreu em Salvador, como forma de difundir informações de saúde para a mídia na capital baiana.>