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Entenda como a cera de ouvido pode ajudar a detectar câncer

Pesquisadores da UFG e do Hospital Amaral Carvalho desenvolvem exame que identifica metabólitos relacionados a tumores e inflamações

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 09:39

Cera de ouvido
Cera de ouvido Crédito: Shutterstock

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), mostrou que a cera de ouvido pode revelar sinais de câncer. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports.

Segundo os cientistas, a cera contém metabólitos, substâncias resultantes de reações químicas que ocorrem no corpo. Doenças como câncer, Parkinson, diabetes e Alzheimer estão associadas a alterações no metabolismo celular. "Muitas doenças em organismos vivos são metabólicas. As mitocôndrias começam a funcionar de forma diferente do que em células saudáveis e passam a produzir substâncias químicas diferentes, ou deixam de produzi-las", explicou Nelson Roberto Antoniosi Filho, pesquisador da UFG, à rede inglesa BBC.

O estudo desenvolveu um novo exame chamado cerumenograma, que analisa a composição química da cera por meio de espectrometria de massa combinada com cromatografia em fase gasosa, tecnologia usada até em sondas espaciais. Com isso, foi possível identificar os metabólitos presentes e quantificá-los.

A partir de pesquisas anteriores, os cientistas montaram uma "impressão digital química" do câncer, ligada ao metabolismo de lipídios e ao estresse oxidativo, que indica danos celulares. A cera de ouvido de 531 pacientes com câncer e 203 sem a doença foi analisada. O cerumenograma confirmou o diagnóstico nos pacientes com câncer e identificou o estágio da doença. Entre os considerados saudáveis, 200 mantiveram resultado negativo, enquanto três apresentaram sinais de alterações celulares ou inflamações que podem preceder o câncer.

Um caso de destaque foi o de José Luiz Spigolon, administrador de empresas e assessor parlamentar, cujo câncer foi detectado precocemente pelo cerumenograma, permitindo tratamento eficaz cinco anos após seu primeiro diagnóstico.

Embora ainda experimental, a técnica pode se tornar uma ferramenta diagnóstica importante no futuro.