Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Portal Edicase
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 10:00
A sepse, também conhecida como infecção generalizada, é uma reação inflamatória severa do corpo a uma infecção, podendo levar à falência de vários órgãos e à morte, se não for tratada rapidamente. O Dia Mundial da Sepse, celebrado em 13 de setembro, busca alertar sobre a necessidade urgente de conscientização, diagnóstico precoce e tratamento eficaz desta condição >
A cada ano, a sepse afeta entre 47 e 50 milhões de pessoas globalmente, resultando em cerca de 11 milhões de óbitos, ou uma morte a cada 2,8 segundos. No Brasil, a taxa de mortalidade entre pacientes diagnosticados é de aproximadamente 40%, podendo alcançar até 65% em casos mais críticos. >
Segundo a Dra. Flavia Ribeiro Machado, coordenadora-geral do Instituto Latino-Americano de Sepse e professora na Escola Paulista de Medicina, a sepse pode atingir qualquer órgão, tornando seus sintomas variados e difíceis de identificar. >
“Além dos sintomas comuns de infecção, como dor ao urinar e tosse com febre, os sinais de sepse incluem confusão mental, sonolência, agitação, tontura, fraqueza extrema, falta de ar e redução na quantidade de urina,” explica a médica Flavia Ribeiro Machado. Esses sinais indicam que a infecção está afetando o funcionamento dos órgãos, exigindo atenção imediata. >
O diagnóstico precoce da sepse é essencial para aumentar as chances de sobrevivência, sendo essencialmente clínico e dependente da habilidade dos profissionais de saúde em reconhecer as disfunções orgânicas. >
“O diagnóstico é confirmado por meio de exames complementares , como análises de sangue e culturas microbiológicas, que ajudam a identificar o agente infeccioso responsável pelo mau funcionamento dos órgãos”, explica a Dra. Flavia Ribeiro Machado. >
A eficácia do tratamento está diretamente relacionada a esse reconhecimento precoce. “O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico e inclui a coleta de exames para avaliar a circulação sanguínea e a oferta de oxigênio aos tecidos, além da administração rápida de antibióticos, que são o pilar do tratamento”, reforça a médica. Medidas adicionais, como reposição de soro e medicamentos para manter a pressão arterial, bem como suporte ventilatório para pacientes com falência pulmonar, podem ser necessárias. >
Embora qualquer pessoa possa desenvolver sepse, certos grupos são mais vulneráveis, incluindo neonatos, crianças pequenas, idosos, imunossuprimidos, pacientes com câncer, transplantados e pessoas com obesidade. A médica cita atitudes que ajudam a prevenir casos graves: >
“Vacinação, cuidados de higiene e saneamento básico são essenciais para prevenir sepse na comunidade, enquanto em hospitais, a prevenção deve focar em evitar infecções associadas à internação, lembrando que a infecção hospitalar pode resultar tanto da fragilidade dos pacientes quanto da falta de cuidados adequados”, destaca. >
Engana-se quem pensa que a sepse termina quando o paciente deixa a UTI. A reabilitação precoce e o cuidado contínuo após a alta hospitalar são essenciais para minimizar sequelas físicas, cognitivas e psicológicas. “O processo de reabilitação deve iniciar ainda na UTI, com fisioterapia e cuidados da equipe multiprofissional, e continuar após a alta, com acompanhamento para ajuste de medicamentos crônicos e vigilância contra novos eventos sépticos”, ressalta a Dra. Flavia Ribeiro Machado. >
A conscientização sobre a sepse, desde a prevenção até o tratamento e a reabilitação, é crucial para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes. Com o conhecimento e a abordagem correta, é possível salvar vidas e minimizar complicações desta grave condição de saúde. >
Por Vanessa Fagundes >