Medidas simples garantem prevenção contra doenças crônicas

“Não adianta somente realizar exames e manter hábitos irregulares", diz cardiologista

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 4 de outubro de 2015 às 21:36

- Atualizado há um ano

Sabe aquelas recomendações que todos os médicos dão e a maioria das pessoas não presta a menor atenção, tais como não fumar, ter uma alimentação saudável com pouca gordura, fazer uma atividade física, beber bastante água e ter planos e lazer? Elas são a diferença entre a vida e a morte quando o assunto é a prevenção dos cânceres, inclusive o de mama, e das doenças do coração. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que, no Brasil, 300 mil pessoas morrem anualmente por esse tipo de enfermidade. Sendo que a maioria das mortes prematuras poderia ser evitada com diagnóstico precoce, tratamentos específicos e a adoção de um estilo de vida mais saudável. Cerca de 90% das pessoas que sofrem um infarto apresentam um ou mais destes fatores. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) pontua que mais de 90% dos tumores malignos são provocados pelos chamados fatores ambientais e de risco e, apenas 10% dos casos estão relacionados com questões genéticas.Para o cardiologista e gestor de Prática Médica do Hospital Cárdio Pulmonar Eduardo Darzé, as pessoas confundem prevenção com fazer exames. “Não adianta somente realizar exames e manter hábitos irregulares ou o colesterol e a pressão mal controlados”, diz o cardiologista, ressaltando que o controle dos fatores de risco deve começar ainda na infância, com a adoção de um estilo de vida saudável.Com uma postura parecida, a oncologista  do Instituto AMO e do Hospital da Bahia Vanessa Dybal explica essa relação da prevenção e o surgimento do câncer com um comparativo simples com uma receita de bolo. “Os fatores de risco são como os ingredientes de uma receita. Se você erra em um ou outro, ainda assim o bolo pode dar certo, mas se você acumula enganos nas dosagens, sem dúvida, o bolo solará”, completa.Ela destaca que a alimentação por si só, por exemplo, pode não ser um fator determinante, mas se  alia a outros fatores como o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, o período pós-menopausa e a ingestão excessiva de hormônios, onde as probabilidades do desenvolvimento do câncer aumentam. “Se sabemos qual o caminho de prevenção, por que não segui-lo?”, questiona a oncologista.  Cuidados femininosQuando o assunto é saúde feminina, os médicos são unânimes em ressaltar como os fatores de risco são determinantes. Segundo o Ministério da Saúde, a incidência de morte por doenças cardiovasculares é de 53% quando comparada aos 4% do câncer de mama. “Os corações das mulheres são diferentes dos corações dos homens. Elas têm corações proporcionalmente menores e mais rápidos. Depois da batida, da contração, elas levam mais tempo para relaxar as fibras cardíacas”, explica o cardiologista Marcelo Batista. O médico chama atenção para o fato de que os sintomas de ataque cardíaco também são diferentes entre mulheres e homens e muitas vezes o atendimento demora porque, enquanto dor no peito em homem é sempre suspeita de coração, não há o mesmo comportamento com mulheres. “A própria impressão de que as mulheres têm um risco menor que o dos homens leva a menos cuidados”, alerta o especialista.