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Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2022 às 09:01
Por dois anos, as pessoas se adaptaram ao uso das máscaras faciais, diante do risco de contaminação pelo novo coronavírus. No entanto, pouco mais de um mês após o fim da obrigatoriedade no Estado de São Paulo - com exceção do transporte público e serviços de saúde - já é possível observar que a maior parte da população decidiu deixar de lado a proteção. Mas alguns ainda resistem e continuam usando a proteção. Dentro desse grupo fiel estão gestantes, idosos e pessoas ainda receosas com novas ondas da covid-19.>
Desde o início de 2020, a secretária Carla Broisler Oliver, de 40 anos, aderiu ao uso e afirma que não pretende deixar de usar a máscara tão cedo. Decisão que também vale para seus familiares "Desde que soube dos primeiros casos começamos a usar as máscaras. Hoje, mesmo estando com as três doses da vacina, acho que ainda não é seguro deixar de usar. Embora seja opcional, minha filha de 10 anos também está usando a proteção na escola, mesmo estando com duas doses da vacina. O que me deixa insegura é que muitas crianças que poderiam estar vacinadas ainda não estão, por opção dos pais. Acredito que é preciso acompanhar um pouco mais a situação da doença no País", afirma.>
No escritório onde trabalha na Avenida Paulista, no bairro Cerqueira Cesar, o uso já é opcional, mesmo assim Carla continua com a proteção. "A maioria decidiu pela retirada. Mesmo indo apenas duas vezes na semana ao trabalho, não me sinto segura em tirar", disse.>
A aposentada Jeanete Nishio, de 72 anos, também mantém a rotina. "Uso a máscara desde que saio de casa para descer o elevador. Uso no supermercado e academia. Apenas tiro durante as caminhadas que faço ainda no início da manhã, horário que não tem ninguém na rua", disse.>
Grávida de 21 semanas, a auxiliar de coordenação pedagógica Aline Socorro Creste Aguila, de 39, pretende continuar usando a máscara até a realização do parto no fim de agosto. "Tomei a terceira dose, e mesmo assim pretendo manter os cuidados", disse>
Na escola infantil onde Aline trabalha, na zona leste paulistana, todos os funcionários optaram pela continuidade do uso dentro das salas de aula, já que muitas crianças, menores de 5 anos, ainda não têm idade para serem imunizadas. "Quanto às crianças, algumas famílias ainda preferem que elas usem", afirmou.>
Insegura pela falta de testagem em massa e gratuita, a gerente de recursos humanos Marcela Nishio, de 37, ainda pretende continuar usando a máscara. "Tem pessoas que ficam observando, mas eu não ligo. Estou pensando em mim e na minha família. Também tem meu filho de 2 anos que ainda não pode ser vacinado ">
Auxiliar em escritório, Simone Ferreira, de 48, tem diabete. Em razão da saúde e cuidados com a família mantém o uso da máscara. "Até acho estranho entrar em lugares como shoppings e supermercados e ver pessoas sem máscaras. Para mim a decisão de liberar o uso ainda é precipitada", avaliou.>
Mesma opinião tem a dona de casa Lígia Silvate, de 41 anos. Segundo ela, ainda há receio de pegar a doença. "Não acho seguro ir ao supermercado e mesmo andar na rua sem a máscara", disse. "Já faz parte da minha rotina. Inclusive, mesmo no futuro, se estiver gripada, por exemplo, vou colocar máscara.">
Segurança Muitas pessoas, porém, já se sentem seguras em não usar a proteção. O carregador Cláudio Zink, de 40 anos, que trabalha no Terminal Rodoviário Barra Funda, na zona oeste da cidade, já deixou de usar e observa que somente idosos e gestantes têm mantido o uso. "Idosos e grávidas ainda usam bastante. Vejo que muita gente já não usa. Eu parei de usar, logo após a flexibilização. Hoje uso apenas em locais obrigatórios", disse.>
Na família, todos também decidiram parar de usar. Mesma decisão tomou Vanessa Pagaguinan, de 27. "Na minha família apenas os idosos ainda estão usando.">
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomenda o uso para parte da população, entre elas idosos acima de 60 anos, em especial aqueles que tenham doenças crônicas, imunossuprimidos, gestantes, pessoas com sintomas de covid e não vacinados.>
Também aconselha que a proteção seja mantida em locais abertos e fechados com aglomerações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>