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Da Redação
Publicado em 5 de março de 2020 às 11:45
- Atualizado há 2 anos
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, confirmou nesta quinta-feira (5) que há quatro casos do novo coronavírus confirmados no Brasil. O Ministério da Saúde havia informado anteriormente que uma adolescente de São Paulo havia dado resultado positivo, mas não apresentava sintomas do Covid-19, e, por isso, não seria contabilizada. Segundo a nota divulgada, a situação é "atípica". Outros 315 casos já foram descartados por exame laboratorial.>
A adolescente de 13 anos retornou da Itália no último domingo, dia 1º. "Segundo critérios técnicos, embora tenha confirmado a presença do vírus, um portador assintomático não cumpre a definição de caso, o que incluiria febre associada a mais um sintoma respiratório. Portanto, esse não será somado aos casos confirmados do novo coronavírus", dizia a nota.>
A pasta informa ainda que outras análises estão sendo realizadas para mostrar a carga viral e potencial de transmissão. Além disso, será avaliada a supressão de sintomas por uso de medicamentos, já que a adolescente foi atendida em hospital na Itália após uma lesão de ligamento. Também será analisado o histórico dos familiares que a acompanharam na viagem. Apesar da notificação não cumprir as definições para vigilância em saúde, a adolescente e seus contatos serão monitorados.>
A paciente foi atendida no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, na terça-feira, 3, onde foi coletada amostra para exame encaminhado ao Laboratório Fleury. Com o resultado positivo, a contraprova foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz.>
Cinco questões que todos devem saber>
1. O que é o novo coronavírus? É um vírus em formato de coroa - por isso tem esse nome - que provoca uma infecção denominada oficialmente de Covid-19, sigla usada que significa 'doença por coronavírus 2019'. A pessoa infectada por ele desenvolve um quadro com sintomas semelhantes aos da gripe, mas parte dos casos pode evoluir para pneumonia ou a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e levar o paciente à morte. Esses casos de maior gravidade - em torno de 5%, indicam pesquisas recentes - têm ocorrido principalmente em pessoas acometidas por doenças pré-existentes, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.>
2. Como se proteger? A higienização é a melhor forma de prevenção: é importante lavar as mãos com água e sabão ou limpá-las com álcool gel, mas nunca somente com água. Lave sempre as mãos após tossir ou espirrar, depois de cuidar de pessoas doentes, após usar o banheiro e antes e depois das refeições. Ao tossir e espirrar, é importante cobrir a boca e o nariz. Use os braços ou lenços descartáveis para proteger o rosto. Assim que o lenço for usado, descarte-o e lave bem as mãos. Mesmo com elas limpas, evite tocar a mucosa dos olhos, nariz e boca. O Ministério da Saúde recomenda evitar contato com pessoas que estejam tossindo ou com febre, além de manter uma distância de, no mínimo, um metro de quem estiver espirrando. Também não é recomendado compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, copos e toalhas.>
3. Máscaras e álcool gel são eficazes? O uso do álcool gel em 70% é recomendado para higienizar as mãos. Outros produtos desinfetantes, como água sanitária e a combinação de água e sabão, também são eficazes porque o vírus não é resistente ao ambiente. Já as máscaras, embora muito procuradas, não são necessárias ainda para a população em geral. Quem está saudável não precisa usá-las, a não ser que esteja em contato com alguém com sintomas de gripe ou covid-19. A máscara é importante para pessoas que vão viajar para áreas com risco de contaminação e profissionais de saúde. Máscaras estão praticamente esgotadas nas farmácias de Salvador (Foto: Betto Jr./CORREIO) 4. Há vacina contra o coronavírus? Ainda não existe vacina para combater o novo coronavírus. Apesar dos sintomas serem parecidos, a vacina da gripe protege apenas contra o vírus influenza, de outra família. Mesmo assim, o Ministério da Saúde decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe este ano - de 19 de abril para 23 de março. O objetivo é evitar o aumento de doenças respiratórias e a sobrecarga do sistema de saúde. Além disso, descartando os casos de gripe, fica mais fácil para os profissionais triarem possíveis casos de coronavírus.>
5. Como é feito o tratamento? Não há uma medicação específica para tratar a Covid-19. Recomenda-se repouso, ingestão de líquidos, uso de analgésicos e antitérmicos. Nos casos mais graves, pode ser necessária a ventilação mecânica em hospital.>
Sobre a doença>
Como o surto começou? Os primeiros casos da doença provocada pela nova variante do coronavírus surgiram em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. O vírus, no entanto, não é novo. Dos anos 1960 para cá, o coronavírus foi responsável por espalhar a Sars, na China, no início dos anos 2000, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), em 2012.>