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Portal Edicase
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 14:23
A campanha Novembro Roxo chama atenção para a importância da conscientização e dos cuidados que ajudam a prevenir o parto prematuro, aquele que ocorre antes das 37 semanas de gestação. A mobilização tem como ponto alto o Dia Mundial da Prematuridade, em 17 de novembro. >
Em 2025, o tema mundial da campanha é “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”, reforçando a necessidade de cuidados contínuos desde a gestação até os primeiros anos de vida. Bebês prematuros podem enfrentar complicações respiratórias, cardíacas e gastrointestinais, exigindo acompanhamento médico intensivo e atenção especial ao desenvolvimento. >
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o parto prematuro é a principal causa de morte neonatal no mundo, e quanto menor a idade gestacional, maiores são os riscos de sequelas e complicações. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, são cerca de 340 mil bebês por ano, o equivalente a 11% dos partos realizados. >
Para Eduardo de Souza, coordenador médico da Maternidade do Hospital São Luiz Anália Franco, da Rede D’Or, apesar da prematuridade ser um desafio, parte dos casos pode ser evitada com acompanhamento adequado e diagnóstico precoce. >
“É essencial que a gestante realize o pré-natal corretamente e fique atenta aos sinais durante a gestação. Em qualquer anormalidade, deve procurar atendimento médico imediatamente. O cuidado contínuo é o que garante segurança tanto para a mãe quanto para o bebê”, enfatiza o obstetra. >
A seguir, Eduardo de Souza lista cinco orientações para reduzir o risco de parto prematuro. Confira! >
O ideal é que a mulher procure um obstetra antes mesmo de engravidar, na chamada consulta pré-concepcional , em que o médico solicita exames, avalia o histórico de saúde e identifica condições como hipertensão, diabetes, infecções ou obesidade, que podem interferir na gestação, oportunizando o tratamento de forma antecipada. >
“Caso a gravidez já tenha iniciado, o acompanhamento deve começar o mais cedo possível para permitir a detecção e o controle de riscos, especialmente em mulheres com histórico de parto prematuro ou cirurgias no trato genital”, orienta o especialista. >
Infecções urinárias e genitais estão entre as principais causas de parto prematuro, mesmo quando não apresentam sintomas. Corrimento, coceira ou odor também merecem atenção, pois podem indicar vulvovaginites que precisam de tratamento imediato. >
“São condições clínicas que podem provocar inflamações e levar à liberação de substâncias que induzem contrações antes da hora. Exames simples de urina e cultura ao longo da gestação ajudam a identificar o problema”, alerta Eduardo de Souza. >
Esse é um dos exames mais importantes do pré-natal. Além de avaliar o desenvolvimento do bebê, ele também mede o comprimento do colo do útero, uma estrutura que funciona como “porta” do útero. >
“Isso é essencial, pois, quando o médico identifica que o colo é curto ou frágil, pode indicar medidas preventivas como uso de progesterona, cerclagem uterina (uma sutura que reforça o colo) ou pessário cervical (um dispositivo que ajuda a sustentar o colo do útero). São medidas simples, mas muito eficazes para reduzir o risco de parto antes da hora em mulheres predispostas”, explica o especialista. >
Contrações regulares, dor abdominal, cólica, pressão pélvica, aumento de secreção vaginal ou perda significativa de líquido são sintomas que precisam ser avaliados imediatamente. Em ambiente hospitalar, é possível adotar medidas para inibir as contrações e administrar medicamentos que auxiliam na maturação pulmonar do bebê, principalmente em gestações com menos de 34 semanas, aumentando as chances de um desfecho positivo. >
Evitar cigarro, álcool e sedentarismo é essencial. Alimentação equilibrada, controle do peso e manejo de doenças crônicas fazem toda a diferença na prevenção. “Esses cuidados, aliados ao pré-natal regular, ajudam a reduzir complicações e contribuem para uma gestação mais segura”, enfatiza Eduardo de Souza. >
Por Samara Meni >