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Portal Edicase
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 18:23
As lesões vasculares nos pés estão entre as complicações mais graves do diabetes. Conhecido como pé diabético, o problema ocorre quando há alterações nos nervos e na circulação, frequentemente acompanhadas de processos infecciosos. O paciente com esse quadro apresenta maior risco de desenvolver feridas que podem evoluir para situações mais complexas e até levar à amputação. >
Mais de 20 milhões de brasileiros convivem com a doença, segundo o Ministério da Saúde. Ela pode aumentar em até 60% o risco de complicações cardiovasculares, incluindo alterações vasculares que levam ao pé diabético. >
Segundo o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Guilherme Yazbek, o controle inadequado da glicemia é um dos grandes fatores de risco para doenças vasculares. “Os pacientes com diabetes podem desenvolver alterações nos membros inferiores que incluem neuropatia periférica, piora da circulação e maior suscetibilidade a infecções”, alerta. >
O estudo “ Complications related to diabetic foot ulcer and associated social vulnerability factors at a referral centre in Brazil “, publicado no Journal of Wound Care e realizado com populações vulneráveis no Brasil, mostrou prevalência de até 30% de úlceras (feridas) ativas nos pés e aproximadamente 45% de amputações prévias entre os pacientes avaliados, um alerta importante sobre a gravidade da condição. >
A maioria das complicações pode ser evitada com acompanhamento médico e cuidados diários simples. Abaixo, o Dr. Guilherme Yazbek lista alguns cuidados para prevenir o pé diabético. Confira! >
Procure por feridas, bolhas, rachaduras e mudanças de cor da pele. Se não conseguir visualizar a planta do pé, use um espelho ou peça ajuda. >
Para lavar os pés, use água morna (não quente) e sabonete. Depois, seque bem entre os dedos para evitar a proliferação de fungos. >
Mesmo dentro de casa, pequenas lesões podem passar despercebidas e virar complicações sérias. Por isso, não ande descalço. >
As meias sem costura evitam atritos e machucados. Além disso, inspecione o interior dos calçados antes de colocá-los. >
Passe hidratante apenas no dorso dos pés e nos calcanhares, evitando as áreas que acumulam umidade. >
Ao cortar as unhas, evite retirar os cantos para não causar encravamento ou ferimentos. >
Flexione e mexa os dedos dos pés para estimular a circulação, especialmente se ficar longos períodos sentado ou em pé. >
A remoção de calos, o uso de produtos químicos ou compressas quentes/frias podem causar ferimentos graves. Procure sempre um profissional. >
Pessoas com neuropatia, deformidades ou feridas recorrentes podem precisar de calçados terapêuticos sob orientação médica. >
Manter o diabetes sob controle é fundamental para evitar complicações nos pés. Com níveis de glicemia equilibrados, o organismo reage melhor a pequenos ferimentos e o processo de cicatrização ocorre de forma mais eficiente. >
Alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento médico constante são medidas essenciais para reduzir significativamente os riscos associados ao pé diabético. >
Sinais como dor, dormência, formigamento, sensação de queimação ou feridas que não cicatrizam exigem avaliação vascular imediata. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e reduz muito o risco de amputações. >
Por Elenice Costola >