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Portal Edicase
Publicado em 18 de julho de 2025 às 18:35
As amizades são importantes em todas as fases da vida, inclusive durante a infância. É nessa etapa que muitas crianças começam a desenvolver habilidades sociais, aprender a compartilhar, lidar com sentimentos e construir vínculos afetivos fora do ambiente familiar. Ter amigos ajuda no desenvolvimento emocional, na autoestima e no senso de pertencimento. >
Segundo André Ceballos, neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, as amizades são essenciais para um crescimento e desenvolvimento saudável, sobretudo na primeira infância. Nessa fase da vida, as crianças estão construindo sua identidade, descobrindo quem são e aprendendo a se relacionar com o mundo ao seu redor. >
“As amizades nos primeiros anos de vida favorecem o desenvolvimento da empatia, ensinam a lidar com conflitos e colaboram para a formação de uma autoestima sólida. Além disso, esses laços estimulam áreas do cérebro relacionadas às emoções e ao comportamento social, contribuindo para o amadurecimento neurológico”, explica. >
Além do impacto no desenvolvimento individual, o especialista explica que as amizades na infância favorecem a sensação de pertencimento e segurança. “Crianças que têm amigos desde cedo tendem a demonstrar menos ansiedade em situações novas e lidam melhor com desafios emocionais , como a adaptação à escola, brigas, situações de tensão ou a separação dos pais em determinados momentos do dia”, comenta André Ceballos. >
A primeira infância é um momento decisivo, no qual as interações com outras crianças começam a moldar habilidades fundamentais. Para isso, é importante que os pais proporcionem oportunidades para que seus filhos interajam com outras crianças. >
Seja em encontros informais, como brincadeiras no parque, ou em atividades estruturadas, como grupos de esportes ou artes, esses momentos de convivência ajudam a criança a aprender a compartilhar, negociar e a se colocar no lugar do outro. Quanto mais essas experiências forem positivas, maiores serão as chances de o filho desenvolver vínculos afetivos duradouros. >
Além disso, André Ceballos ressalta que durante esses encontros, é fundamental que os pais incentivem comportamentos como o compartilhamento e o respeito aos limites. “Por exemplo, se a criança estiver brincando com um amigo, é importante que ela aprenda a dividir brinquedos, esperar a sua vez e resolver pequenas divergências de forma pacífica. Esse tipo de aprendizado fortalece a amizade, e também contribui para o amadurecimento emocional da criança. A chave aqui é sempre observar a dinâmica e, se necessário, dar orientações, para que a criança entenda que a amizade exige cuidado e dedicação”, orienta. >
O exemplo dos pais é essencial até mesmo quando o assunto são amizades. As crianças aprendem muito observando o comportamento dos adultos ao seu redor. Quando os pais demonstram respeito, empatia e valorização das relações, eles modelam essas atitudes para seus filhos , que, ao longo do tempo, aprendem a replicá-las. >
“Criar um ambiente de respeito e carinho em casa é o primeiro passo para que a criança leve esses valores para suas amizades, formando vínculos que vão além da infância e se estendem por toda a vida”, conclui André Ceballos. >
Por Alice Veloso >