O Museu de Imprensa nos 90 anos da ABI

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  • Nelson Cadena

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 05:00

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Segunda feira (17), a Associação Bahiana de Imprensa comemora 90 anos de existência e para marcar a data inaugura o Museu de Imprensa, um novo e diferenciado espaço cultural para o Centro Histórico de Salvador. O Museu foi instalado no térreo do edifício sede da entidade, na Rua Guedes de Brito, esquina com a Praça da Sé; consta de uma área para exposições e de um laboratório para higienização e restauração de documentos, fotografias e de um rico e variado acervo de periódicos. Por razões determinantes pela pandemia, a inauguração não terá público, ocorrerá através de um ato transmitido através do Youtube.

A primeira exposição do Museu faz um resgate da memória da mídia impressa e meios de produção; memória das revistas; jornalista Ruy Barbosa; memórias do rádio e da televisão e memórias da mídia segmentada e alternativa, através de uma iconografia pertinente, em painéis e expositores. Também faz um resgate dos 90 anos da instituição, em painel específico que registra os primórdios da entidade, alguns eventos institucionais e culturais, do passado e recentes, e uma representatividade de associados ilustres.

A ABI nasceu em 17 de agosto de 1930, com 103 jornalistas associados, representado meia centena de jornais e revistas que então circulavam no Estado e a sua primeira diretoria foi empossada em sessão solene da Câmara de Vereadores em 10 de setembro.  Poucos poderiam ser chamados de jornalistas profissionais, vivendo de seu ofício. A maioria exercia outras profissões e se destacava por talentos ligados às artes, ou a profissões liberais. Todos, de alguma forma, eram colaboradores das publicações. Um grupo heterogêneo formado por poetas, escritores, médicos, dentistas, militares, advogados, engenheiros, funcionários públicos, sacerdotes.

Arthur de Salles, ator do Hino do Senhor do Bonfim, integrava esse grupo de fundadores que incluía, dentre outros, Cosme de Farias, Magalhães Neto, Aristides Novis, Antônio Vianna, Nelson Carneiro, Carlos Chiacchio, Aloisio de Carvalho (o célebre Lulu Parola), Manoel Paraguassu, e Leopoldo Amaral que, seis semanas após tomar posse como diretor da ABI, renunciou para tomar posse como primeiro interventor da Revolução de 1930. Outros associados se incorporaram à entidade nos seus três primeiros anos de vida: Luís Viana Filho, Antônio Balbino, Aliomar Baleeiro, Pedro Calmon, Simões Filho, Oscar Cordeiro, Afonso Ruy, para citar alguns.

Ao longo das décadas seguintes associaram-se à ABI, dentre outros, os escritores Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro e Wilson Lins; os historiadores Luís Henrique Dias Tavares, Cid Teixeira, Thales de Azevedo, Marieta Alves, Consuelo Pondé de Sena, Waldir Freitas de Oliveira, José Calazans, Edvaldo Boaventura; a folclorista Hildegardes Viana; a poetisa Myryam Fraga; o botânico Camilo Torrend; o desembargador e músico Coqueijo Costa; os críticos de arte Matilde Mattos e Clarival do Prado Valladares e entre os políticos os governadores Antônio Carlos Magalhães e Lomanto Junior e os prefeitos Oswaldo Veloso Gordilho, Heitor Dias e Virgildásio de Senna.

Thales de Freitas, diretor da revista Festa, foi o idealizador da entidade que teve como seu primeiro presidente (1930-31) o escritor e diretor do Diário de Notícias, Altamirando Requião. Ranulfo Oliveira, diretor de A Tarde, presidiu a ABI durante quase 40 anos, no período 1931-1970, quando faleceu e foi eleito Jorge Calmon (1970-72) e, na sequência, por Afonso Maciel Neto (1972-1988), Samuel Celestino (1988-2011) e Walter Pinheiro, diretor da Tribuna da Bahia (2011-2020). O Museu da Imprensa é o alicerce de um projeto maior de resgate da memória da imprensa baiana.

Nelson Cadena é publicitário e jornalista, escreve às quintas-feiras