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Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 17:25
- Atualizado há 2 anos
A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), instalou a Comissão Global sobre a Geopolítica da Transformação Energética no inicio de 2018, visando acompanhar o rápido crescimento internacional das energias renováveis e dos esforços de promoção do desenvolvimento sustentável. "Os recursos de energia renovável são abundantes, sustentáveis e têm o poder de melhorar significativamente o acesso à energia, segurança e independência", disse Adnan Amin, Diretor Geral da IRENA.>
O Brasil, destacado e observado internacionalmente pelo potencial natural das suas fontes energéticas renováveis, alcançou nesta última semana de fevereiro 13 Gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia eólica. O vento chega a abastecer mais de 10% do país em alguns meses (mais de 60% do Nordeste), suficiente para suprir 24 milhões de residências por mês. A Bahia, com 93 projetos eólicos em operação e capacidade instalada de 2.410,04 Megawatts (MW), dispõe de parque industrial com grandes empreendimentos instalados como a GE/Alstom, Gamesa, Torrebras, Acciona, Torres Eólicas do Nordeste (TEN), Wobben Windpower e Tecsis.>
Veja no gráfico abaixo (clique e amplie) >
O modelo de mercado livre permite a compra e produção de energia pelo consumidor. Além de abastecer a sua demanda energética, as empresas podem comercializar energia excedente, contribuindo para descarbonizar as economias onde atuam. Hoje, estados da federação oferecem isenção de impostos sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) sobre energia renovável.>
A nível nacional, as Teles querem liderar a corrida. A meta da Oi é que 42,5% da energia consumida seja oriunda de fontes limpas em 2019. As duas fazendas de fontes renováveis mistas (eólica e solar), contratadas pela Oi, devem adicionar 3 mil unidades consumidoras de energia (UCs) este ano. Hoje, as 63 mil UCs da Oi consomem 1,6 mil GWh em um ano e a empresa quer ter 22 fazendas de fontes mistas até 2021 e busca parceiros para 20 novas estruturas no Nordeste e Sudeste. Segundo a empresa, a conta anual de energia da Oi seria de R$ 1,1 bilhão. No entanto, com esta iniciativa, será reduzida para R$ 750 milhões.>
A meta da Claro Brasil, dona das marcas Claro, Net e Embratel, é que 80% das 55 mil UCs sejam atendidas via geração distribuída até o fim de 2018, quando a empresa espera contar com 45 usinas. O projeto conectaria mais UCs à geração distribuída do que o montante atendido no país atualmente. A Vivo, maior grupo de telecom do país, onde 26% da energia consumida é limpa e oriunda do mercado livre, tem por meta atingir 60% até 2020, e informa que está prospectando iniciativas de geração distribuída que devem ser anunciadas ao mercado ainda em 2018.>
Movimentos por autogeração de energia também ocorrem em outros setores da indústria. Em 2014, a Honda inaugurou um parque eólico na cidade de Xangri-lá (RS) para suprir a demanda energética da empresa em território nacional. Projetos similares foram desacelerados com a crise, mas desde o ano passado houve uma retomada e outros setores da economia estão interessados na autoprodução, diz Élbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).>
Hoje, com a queda dos custos, o domínio chinês e a concorrência em tecnologia de bateria, 20% da eletricidade mundial já é produzida por energia renovável. Enquanto o Ministério de Minas e Energia (MME) estimula a criação de instrumentos que facilitem a eficiência energética na indústria, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) trabalha metodologias para a certificação para a indústria, incentivando a adesão a um selo como exigência para a inclusão no cadastro de fornecedores de baixo carbono.>
Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil - [email protected] >