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Victor Villarpando
Publicado em 23 de junho de 2014 às 10:14
- Atualizado há 2 anos
A bela Grand Place, que fica no centro histórico da cidade, é o coração de Bruxelas: arquitetura elaborada, museus, bares, restaurantes, feiras, eventos e badalação toda noite (Foto: Eric Danhier/visitbrussels.be)Eu não dava nada por Bruxelas, mas ela se mostrou uma bela surpresa. No meio do caminho entre algumas das mais famosas e interessantes capitais europeias (Paris, Londres e Amsterdã), a principal cidade da Bélgica pode ser um ótimo ponto de parada por pelo menos três dias. E ainda tem uma vantagem, em comparação com as vizinhas mais célebres: os preços de hospedagem, bebida, comida e ingressos costumam ser menores.>
A capital belga é linda. Cheia de flores, jardins e fontes, não decepciona os olhos, que podem se perder ainda pela arquitetura. Bruxelas é toda trabalhada no melhor do estilo Art Nouveau. Um dos grandes expoentes do gênero, o arquiteto Victor Horta viveu e deixou várias de suas obras por lá.>
Outros sentidos facilmente inebriáveis por lá são paladar e olfato. A fama dos chocolates e cervejas belgas é justíssima. Além da clássica versão loira, a bebida ganha milhares de nuances por lá. Até de cereja. E os sabores mais exóticos não ficam restritos a lugares chiques. Dá para encontrá-los em bares pequenos ou mercadinho. Outra delícia que bomba são as batatas fritas. Em qualquer esquina tem carrinho.Interior da loja de chocolates artesanais La Belgique Gourmand: tradição (Foto: Victor Villarpando)A cidade é pequena e se sua hospedagem ficar perto da Grand Place ou da Praça de Santa Catarina, dá para ir a pé a quase todo canto. Se você comprar um Brussels Card (brusselscard.be), entra sem pagar nada em todos os locais indicados aqui. Mas a lista de gratuidade e descontos do cartão é bem mais extensa e inclui ainda viagens ilimitadas de metrô, ônibus e trem.>
Os idiomas oficiais são francês e holandês. A moeda é o euro e brasileiros não precisam de visto. Das capitais da França, Holanda e Inglaterra, dá para ir de trem, avião ou ônibus. Para um roteiro entre, por exemplo, Paris, Bruxelas e Amsterdã, é mais vantajoso ter um Eurail Benelux-França Pass (eurail.com), que permite cinco dias de viagens ilimitadas nas redes ferroviárias dos países. Aí dá para conhecer também o interior, sem a chata restrição de bagagem.O Museu da Cidade fica na Grand Place: história de Bruxelas (Foto: Eric Danhier/visitbrussels.be)Grand Place - Principal ponto turístico de Bruxelas, a Grand Place está na lista de patrimônios da humanidade da Unesco. Ela data do século XV, mas foi reconstruída várias vezes, após enfrentar diversos bombardeios. Talvez por isso tantos estilos arquitetônicos se misturem: gótico, barroco, neoclássico... Palco da inquisição na Bélgica, hoje a praça e o entorno reúnem chocolaterias, lojas de grife, museus, bares, hotéis e prédios históricos. Nas estátuas que adornam os edifícios, dá para notar uma fixação na imagem de São Miguel Arcanjo na luta contra Lúcifer. Os bares menos turísticos e mais frequentados pelos locais ficam mais perto da Bolsa de Valores, a cerca de cinco minutos de caminhada. O Museu da Cidade conta a história de Bruxelas e reúne o acervo das roupinhas que o Manneken Pis já usou (ver página ao lado). Já o Museu da Cerveja só vale a pena para quem tem Brussels Card. E mesmo assim, por causa da bebida no fim da visita. O acervo é péssimo.Detalhe do Hotel De Ville, maior prédio da Grand Place: imagens de São Miguel na luta com o diabo por toda parte (Foto: Eric Danhier/visitbrussels.be)A igreja é a quinta maior do mundo: vista panorâmica (Foto: Victor Villarpando)Basílica do Sagrado Coração - Antes de qualquer coisa, ao pisar fora da saída da estação de metrô Simonis (linhas 2 e 6), indicada para quem quer visitar a basília, vire à esquerda, caminhe uns 200 metros e aproveite a provável melhor dica desta reportagem: uma loja outlet da Godiva. Dá para deleitar os maravilhosos chocolates da grife belga com até 70% de desconto. Vale cada centavo. Devidamente abastecido (a) com alguns dos melhores chocolates do mundo, pode ir para a igreja. No caminho tem um parquinho florido e agradável, com muitos banquinhos e grama. Toda trabalhada no estilo Art Decor, a basílica é a quinta maior do planeta. Dentro, além de arquitetura e vitrais incríveis, há um pequeno museu de arte religiosa moderna. Por € 5 dá para subir ao domo, que fica a cerca de 53 metros de altura e tem uma vista panorâmica de tirar o fôlego. De lá dá para ver os principais pontos turísticos da cidade. No Verão, as visitas podem acontecer das 9h às 17h. No Inverno, das 10h às 16h.Outlet da Godiva: pertinho da saída do metrô Simonis, que leva à Basílica (Foto: Victor Villarpando)O Parque do Cinquentenário fica perto do Quarteirão Europeu e da Praça de Luxemburgo (Foto: Jean-Pol Lejeune/visitbrussels.be)Parque do Cinquentenário - Criado em 1880 para celebrar os 50 anos da independência da Bélgica, o parque tem jardins, uma fonte, dezenas de estátuas e hospeda ainda os museus reais de Arte e História, Exército e História Militar, o Autoworld (automobilismo) e o Pavilhão Horta, projetado pelo arquiteto belga Victor Horta, um dos expoentes do estilo Art Nouveau. O imponente arco do triunfo triplo só surgiu 25 anos depois e apenas em 1910, o projeto ganhou a forma que tem hoje: duas asas conectadas por um semicírculo. O Museu da História Militar, cuja entrada é gratuita, é uma boa surpresa. Nascido de uma exposição temporária que aconteceu em 1910, ele incorporou ao acervo objetos das duas grandes guerras mundiais. Depois dos museus e de um piquenique, dá para badalar. É só caminhar até a Praça de Luxemburgo, que tem vários barzinhos. Ali perto fica também o Quarteirão Europeu, que reúne os modernosos prédios do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia.A estátua do Manneken Pis: símbolo de Bruxelas (Foto: Eric Danhier/visitbrussels.be)Desenhos do Manneken Pis estão em diversos muros da cidade: pop (Foto: Victor Villarpando)Manneken Pis - A pequena fonte de bronze em forma de um garotinho fazendo xixi foi criada no século XVII e é o grande símbolo da capital belga. De 1698 para cá, ele já ganhou mais de 800 roupinhas. O pequeno Julien já teve dias de Elvis Presley, anjo e até capoeirista. Fica pertinho da Grand Place, na Rue de l’Etuve. Há várias lendas sobre a origem do menino mijão, que já foi roubado pela França e pela Inglaterra. Uma diz que ele salvou a cidade de um incêndio, no século XIII, desse jeito. Nas proximidades há perfumadíssimas lojas de waffles. Difícil resistir ao cheiro e ao tentador visual. Custa € 1 e cada cobertura (caldas, frutas, chantilli...) varia entre € 0,50 e € 1.Um dos grafites do centro de Bruxelas: lojas e ruas estilosas (Foto: Victor Villarpando)Obra de René Magritte que faz parte do acervo do museu: experimentos fotográficos (Foto: Michael Duane/RMFAB)Museu Magritte - O Museu Magritte tem o maior acervo do mundo voltado para vida e obra do mais famoso artista plástico belga, René Magritte. Mais de 1,7 milhão de pessoas já visitaram o prédio, que reúne mais de 230 trabalhos originais do surrealista em cinco andares. Há vídeos e documentos do artista e histórias vividas por ele e amigos como Marcel Duchamp, Salvador Dalí e Joan Miró. Uma atração à parte é a loja de souvenirs, que tem desde os tradicionais cartões-postais com obras do pintor a objetos de inspiração surrealista. De lá, dá para visitar os outros museus do complexo Royal Museums of Fine Artes of Belgium (Arte Moderna, Velhos Mestres e Fim do Século). O ingresso apenas para o Magritte custa € 8. O tíquete que dá acesso a todos sai por € 13. Para estudantes, os ingressos saem por € 2 e € 3, respectivamente. O audioguia está disponível em seis idiomas (francês, holandês, inglês, alemão, espanhol e italiano). Os museus funcionam de terça a domingo, de 10h às 17h. Aproveite que está perto e visite o Museu dos Instrumentos Musicais. O ingresso custa € 5. Vale pela arquitetura em estilo Art Noveau. Se você estiver na Grand Place, vá para esta área da cidade a pé. O caminho é lindo. Se bater preguiça, as estações de metrô são Gare Centrale (linha 1) ou Parc (linha 5).O Museu dos Instrumentos Musicais: arquitetura em estilo Art Noveau, perto do Museu Magritte (Foto: Eric Danhier/visitbrussels.be)>