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Juliana Montanha
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 07:05
- Atualizado há 2 anos
O sonho de descobrir um tesouro está mais fácil do que se imagina. Com uma aplicação mínima de R$ 30 é possível investir no Tesouro Direto, programa federal para compra e venda de títulos públicos através da internet. A aplicação está em alta – no mês de agosto as vendas totalizaram R$ 1,54 bilhão. >
Para o pequeno investidor, o Tesouro Direto é considerado uma opção de investimento de baixo custo e segura, com rendimento melhor do que outros tipos de investimentos como CDB e Caderneta de Poupança, por exemplo (confira os diferentes rendimentos de cada aplicação no quadro feito pelo economista Edísio Freire). >
Cada vez mais pessoas estão conhecendo esse tesouro. Apenas no mês de agosto o programa registrou quase 45 mil novos cadastros, alcançando 930.196 investidores no final do mês. Nos últimos 12 meses o aumento de cadastros no programa foi de 68,4%.>
Identificando O primeiro passo para investir é conhecer os tipos de títulos que estão disponíveis no programa. “São três modalidades. Existe o Tesouro Prefixado, o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA. No primeiro, o investidor já sabe qual será o rendimento da sua aplicação no momento da compra”, explica o educador financeiro e idealizador do blog Quero Ficar Rico, Rafael Seabra.>
Nos outros dois tipos, o valor do rendimento é variável. “No Tesouro Selic o rendimento vai variar de acordo com a taxa Selic, como diz o próprio nome do título. Nesse caso, não significa que o rendimento será da data que o título foi adquirido ou vendido, mas sim uma média do período”. Já o Tesouro IPCA, conforme indica Seabra, é um pouco dos dois. “O rendimento tem uma parte prefixada, mas ela também acompanha o índice inflacionário do governo. A aplicação vai render o percentual referente a esses dois números juntos”.>
Chegando ao tesouroApesar da simplicidade do investimento, o Tesouro Direto exige o cadastro em uma corretora, que fará a mediação entre o investidor e o programa. “É aqui que muitos travam, mas é tudo bem fácil. O cadastro na corretora é muito simples e dá pra fazer todo pela internet. É como uma conta no banco para o qual o investidor transfere o dinheiro”. >
Para fazer o cadastro, será preciso indicar RG, CPF, além dos comprovantes de renda e de residência. “Uma vez que o dinheiro está na conta, o cliente já pode ver quais são os títulos disponíveis e realizar a compra”, indica. A partir do momento que a compra é feita, detalha Rafael, o título é registrado no nome do investidor. >
No site do Tesouro Direto estão todas as corretoras habilitadas a operar pelo programa. “Lá, o investidor vai encontrar também qual a taxa cobrada por cada uma, assim como o volume que elas movimentam”, indica educadora financeira Cintia Senna.>
Segundo ela, antes de definir qual título comprar, o investidor deve avaliar em que prazo ele precisa do dinheiro. “Isso faz toda a diferença na hora de aplicar. Para quem está começando ou precisa do recurso a curtíssimo prazo, a melhor opção é o Tesouro Selic”. Se o cliente já sabe para quando irá precisar do dinheiro, pode comprar o prefixado ou IPCA com vencimento para a data em questão. “Para ter o melhor rendimento, esses dois tipos precisam ser mantidos até o final” recomenda a educadora financeira.>
Para quem está acostumado com a poupança, Rafael Seabra aponta que o investidor por comprar diversos títulos com o mesmo vencimento, e assim eles irão acumulando. “Se estou planejando a compra de um bem em três anos, por exemplo, posso comprar a cada mês um novo percentual de um mesmo título, com vencimento, como o final de 2019. Na data em questão, o investidor resgatará tudo de vez”, explica.>
Taxas aplicadasAlém da comissão da corretora, existem duas tarifas para quem aplica no Tesouro Direto. A primeira é o Imposto de Renda, que é cobrado apenas sobre o rendimento no momento do resgate. Além disso, há uma pequena taxa da BM&FBOVESPA de 0,30% ao ano, independente da corretora escolhida, chamado de custódia. >
“Esse valor é referente ao registro do título no nome do investidor, que é feito pela BM&FBOVESPA. No caso da corretora quebrar, por exemplo, não vai afetar em nada o cliente que aplicou o dinheiro. Isso porque o título está registrado no nome do investidor”, detalha Cintia. Para ajudar o cliente a acompanhar seus investimentos, tanto a BM&FBOVESPA quanto a corretora enviam um extrato mensal com o detalhamento de cada título com o seu rendimento.>
Apesar das taxas, Cintia reforça que os títulos continuam sendo a melhor aplicação. “Mesmo com esses descontos, o rendimento do Tesouro Direto ainda é melhor do que a Poupança, por exemplo. O valor atual da Tesouro Selic está em 14,25% ao ano, enquanto a poupança não passa dos 6% de rendimento”.>
Uma vez familiarizado com a aplicação, a educadora financeira recomenda testar diferentes tipos de título, para ver na prática como cada um deles funciona. “É tudo muito simples, basta só ter o primeiro contato. O próprio cliente faz a gestão da sua conta sem ajuda de intermediários”, completou.Sopa de letrinhas - entenda o que significa cada siglaTesouro Prefixado (LTN) Possui fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou resgate do título. Em outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da aplicação. Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) É mais indicado para quem deseja utilizar seus rendimentos para complementar sua renda a partir do momento da aplicação, pois esse título faz pagamento de juros a cada seis meses.>
Tesouro Selic (LFT) Indicado se você acredita que a tendência da taxa Selic é de elevação, já que a rentabilidade desse título é indexada à taxa de juros básica da economia. O valor de mercado desse título apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada. >
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do poder de compra do seu dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa de juros prefixada e a variação da inflação (IPCA).>
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) Tem a rentabilidade igual a modalidade anterior, mas é mais interessante para quem deseja utilizar o rendimento para complementar sua renda a partir do momento da aplicação, com o pagamento de juros semestralmente.>