Editorial: Novas leis para um novo trabalho

Relações de trabalho e funcionamento das empresas vêm mudando de forma acelerada

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  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2015 às 02:44

- Atualizado há um ano

Num mundo globalizado onde o impacto da tecnologia é cada vez maior, as relações de trabalho e o próprio funcionamento das empresas vêm mudando de forma acelerada, obrigando empresários e trabalhadores a permanentes adaptações. Especialistas preveem que vão ficar mais horizontais, mais eficientes e mais diretas, com menos gerentes nos níveis intermediários e comunicação maior entre todas as áreas das empresas, com contatos, inclusive, através das redes sociais. Muitos empregos como hoje existem vão simplesmente desaparecer; outros vão sofrer grande impacto com as novidades tecnológicas disponíveis agora e por algumas que ainda nem foram criadas.Esses desafios para o setor produtivo - para empresários e trabalhadores - fazem parte do tema central do terceiro seminário do Fórum Agenda Bahia: O Futuro do Emprego e o Valor do Trabalho, que reunirá, nesta terça-feira, especialistas como o professor Naeem Zafar, da University of Berkeley, também empresário da área de tecnologia. Mais uma vez, o evento organizado pelo CORREIO, em parceria com a CBN e a Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), vai debater o tema de maneira ampla, mas sempre com o foco no nosso país e no nosso estado. O Brasil enfrenta uma crise de competitividade em seu setor produtivo que é anterior à atual - e grave - crise econômica. São muitos e variados os fatores que fazem os produtos brasileiros perderem espaço no mercado global.Este ano, o Brasil teve o pior resultado da história no Índice de Competitividade Mundial (World Competitiveness Yearbook): a 56ª posição, à frente apenas da Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela. Foi o quinto ano consecutivo em que o Brasil caiu no ranking: em 2010, o país ocupava o 38º lugar, 18 posições acima.  Ambiente favorável aos negócios, capacidade de inovação e infraestrutura são alguns dos critérios que definem a competitividade medida neste ranking. A queda brasileira é reflexo da legislação ultrapassada e do ainda precário sistema de ensino, que comprometem a eficiência e a produtividade da nossa economia. Na avaliação de especialistas, as leis trabalhistas brasileiras são entraves ao desenvolvimento, inibem investimentos e estão longe de abarcar a complexidade das atuais relações de trabalho; a tendência é essa legislação ficar ainda mais ultrapassada neste mundo em mudança acelerada. Para a economia brasileira ser competitiva no mercado internacional, são fundamentais a modernização das leis trabalhistas, marcos regulatórios que garantam segurança jurídica para os negócios e investimentos pesados em educação e inovação.