Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wladmir Pinheiro
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 09:00
A Prefeitura de Ipojuca anunciou a suspensão das atividades da barraca onde dois turistas de Mato Grosso foram espancados na praia de Porto de Galinhas, no Grande Recife. O estabelecimento permanecerá fechado por uma semana. >
Além da interdição temporária, os funcionários envolvidos no episódio deverão ser afastados de forma preventiva até a conclusão das investigações. As vítimas, Jhonny Andrade e Cleiton Zanatta, foram agredidas após se recusarem a pagar o aumento do valor acordado com os barraqueiros para o aluguel de cadeiras. Segundo a polícia, ao menos 14 pessoas envolvidas na ocorrência já foram identificadas.>
Confusão terminou com turistas agredidos por barraqueiros
De acordo com a prefeitura, o fechamento da barraca integra um conjunto de ações administrativas "para garantir a apuração dos fatos e a preservação da ordem pública". Procurada pela reportagem, a proprietária do estabelecimento, Maura Santos, informou que não vai comentar a determinação.>
Ainda segundo a prefeitura, as medidas emergenciais incluem o reforço da fiscalização na orla, com ampliação do efetivo da Guarda Municipal e da Secretaria de Meio Ambiente; a comunicação formal à barraca para o afastamento imediato e preventivo dos garçons e atendentes envolvidos; a intensificação das ações para coibir práticas irregulares, como venda casada e exigência de consumação mínima; e o reforço da fiscalização quanto ao cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, incluindo a atuação de pessoas que trabalham de forma irregular, como “flanelinhas”.>
Segundo o relato dos empresários Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, que estavam de férias no local, o dono da barraca ofereceu o aluguel das cadeiras por R$ 50, mas, ao final, o valor foi elevado para R$ 80, o que motivou a discussão.>
"A gente chegou na praia, e um rapaz nos ofereceu o serviço da barraca, duas cadeiras e guarda-sol, por R$ 50. Na hora de pagar ele nos cobrou R$ 80. Eu falei: 'Cara, não é justo, eu vou te pagar os R$ 50. Ele disse: 'Não, você vai me pagar os 80'", disse em um vídeo nas redes sociais.>
De acordo com os turistas, a recusa em pagar o novo valor resultou em agressões praticadas por comerciantes da região. O episódio foi registrado em vídeo e será apurado pelas autoridades.>
"O cara já pegou uma carreira e jogou em mim, juntou uns 10, 15 [comerciantes] em cima de mim, me deram vários pontapés, me agrediram mesmo, eu não tive reação", dise Johnny. 'O Clayton saiu correndo pra pedir ajuda, mas não tinha nenhum policiamento, não tinha ninguém em volta pra nos ajudar. O Corpo de Bombeiros estava do lado e não fizeram nenhuma questão de nos ajudar, estavam ali do lado, na hora que viram que eles iam nos linchar, que iam nos matar, eles interferiram, mas antes deixou a gente apanhar de forma muito brutal", disse.>
Johnny disse que acredita que o fato de serem um casal gay pode ter influenciado na violência dos ataques.>
"Tinha aproximadamente uns 15 a 20 barraqueiros me batendo. Cleiton, meu companheiro, estava próximo e pediu para eles pararem com aquela agressão e saiu correndo para o outro lado para pedir ajuda. Eu acredito também que foi algo homofóbico também porque eles perceberam que nós somos um casal gay", disse ao g1.>