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No Agenda Bahia, executivos defendem compromisso social das empresas

Evento teve executivos da DCC Energy Mobilidade Elétrica, Kimberly Clark e Samarco

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 20:43

Donaldson Gomes, Daniel Carvalho e Marília Zanoli (sentados); no telão, Rosane Santos
Donaldson Gomes, Daniel Carvalho e Marília Zanoli (sentados); no telão, Rosane Santos Crédito: Arisson Marinho

A Bahia tem futuro, mas tem um grande desafio a ser enfrentado: melhorar a educação. Essa foi a conclusão de Rosane Santos, diretora de sustentabilidade da Samarco, uma das palestrantes de ontem no Agenda Bahia. “Ao ver os índices da Bahia, percebemos o tamanho do desafio. Vi uma pesquisa que mostrava que o número de analfabetos no estado é de cerca de 12%. Se um indivíduo não consegue ler e escrever, não vai acessar novas tecnologias, não consegue ser uma pessoa crítica, não será capaz de falar o que quer ou não quer”, opinou a executiva.

Em seguida, Rosane alertou as empresas que querem investir em território baiano: “Considerem que na Bahia existe uma oportunidade. Não vou colocar essa questão [do analfabetismo] como um problema ou desafio, mas como uma oportunidade, porque através dela você abre várias avenidas para acessar logística, infraestrutura, para acessar saúde de qualidade e outros itens que contribuem com o desenvolvimento do estado”.

Rosane participava do terceiro eixo desta 16ª edição do Agenda Bahia, cujo tema era “Negócios em Movimento: Como as empresas podem construir o futuro da Bahia – caminhos e desafios”. Também participaram desta rodada Marília Zanoli - CMO na Kimberly Clark Brazil - e Daniel Carvalho - Fundador e CEO da DCC Energy Mobilidade Elétrica.

Marília Zanoli destacou os três pilares da ESG (Enviromental, Social and Governance, que pode ser traduzido como Ambiental, Social e Governança) e destacou como os três itens que compõem a sigla se relacionam um com o outro. “Quando falamos do ambiental, há uma preocupação muito grande em como eliminar e reduzir os resíduos e também nossa emissão de gás carbônico, um dos principais impactos sobre o meio ambiente. Nosso compromisso é reduzir em até 50% nosso impacto ambiental até 2030”, revelou a profissional.

A Kimberly Clark, criada há mais de 150 anos nos EUA, se destaca no mercado de fraldas descartáveis e absorventes e tem uma fábrica em Camaçari, inaugurada em 2013. Marília ressaltou a importância da Bahia como mercado para a empresa: “A Bahia é líder em crescimento, cresce acima dos demais mercados e se tornou o segundo mercado mais importante para a Kimberly no Brasil. Chama a atenção que os baianos estão vivendo cada vez mais acima dos 70 anos e a longevidade tem aumentado. Além disso, 70% das mulheres baianas têm até 49 anos e estão em período fértil. Portanto, se preocupam com o ciclo menstrual”.

A CMO na Kimberly Clark Brazil falou sobre a importância da unidade instalada em Camaçari e ressaltou que a chegada da unidade cumpre uma função social:

“Nos últimos dois anos, aumentamos em até 40% a produtividade da fábrica. Transferimos a produção de absorventes internos de Suzano [em SP] para a Bahia. E, quando falamos disso, estamos falando em qualificação de mão de obra, geração de empregos e estamos preparando a população local para se desenvolver no mercado de trabalho. Esse é um compromisso da Kimberly, pelo impacto que temos na sociedade e no meio ambiente”.

Marília Zanoli

CMO na Kimberly Clark Brazil

Educação

Rosane Santos insistiu na importância da educação e usou a sua própria história como exemplo de transformação. “Quando ouço um mestre de cerimônias me apresentando e vejo os cargos que ocupei e os lugares onde me formei, eu volto a Nova Iguaçu (RJ), onde vivi quando criança. Sou de uma família pequena, que se desenvolveu em uma região pobre da cidade, mas meus pais tinham um sonho: que as filhas estudassem e, como se falava na época, que fossem ‘alguém na vida’. Lembro disso para dizer que minha trajetória inevitavelmente passa pela educação”.

A diretora de sustentabilidade da Samarco disse que o pai dela era eletricista e a mãe, dona de casa. Por isso, não teria dinheiro para estudar em escolas particulares, mas a empresa onde o pai trabalhava oferecia bolsas estudantis, o que lhe permitiu estudar em boas instituições. “Mais tarde, quando meu pai ia se aposentar, nós percebemos que eu precisava de uma formação que me ajudasse a arrumar emprego rápido. Por isso, estudei ciências contábeis em uma universidade pública do Rio de Janeiro. Na sequência, fiz pós em finanças, também em uma universidade pública”, lembrou Rosane.

Mais tarde, aos 35 anos, Rosane resolveu dar uma virada na vida profissional e resolveu fazer uma transição de carreira. “Tive a oportunidade de estudar em Oxford e tive acesso em 2016 a um mundo diferente, que já fazia essa discussão sobre sustentabilidade”.

Energia

Depois de suas palestras, Rosane e Marília participaram de um painel, junto com Daniel Carvalho, fundador e CEO da DCC Energy Mobilidade Elétrica. A mediação foi de Donaldson Gomes, jornalista do CORREIO.

Daniel Carvalho chamou a atenção para como o uso de carro elétrico pode dar mais qualidade de vida nas cidades. Lembrou que o veículo movido a energia elétrica , além de ser muito menos poluente que o carro movido a combustível, gera muito menos barulho. “Pouco se comenta sobre isso, mas tem muita relevância: o silêncio [do carro elétrico] não é bom só para quem dirige, mas para quem está na cidade. Imagine se toda a frota de ônibus em Salvador fosse elétrica, o quanto o barulho ia ser reduzido. Isso seria fator de uma sociedade mais saudável, porque todo mundo sabe o que o barulho faz com as pessoas. Mobilidade elétrica traz conforto e paz”, ressaltou Daniel.

Marília Zanoli voltou a destacar o potencial “gigantesco” que a Bahia tem: “Os números falam disso. Quando notamos a contribuição da Bahia para o PIB nacional, o crescimento dos mercados, a longevidade da população, a população ativa… aí, estamos falando de um polo fabril muito importante, de um celeiro de oportunidades, não só do ponto de vista de tecnologia. Temos aqui um motor propulsor do crescimento do Brasil acontecendo dentro da Bahia”