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Refinaria de Mataripe: motor econômico da Bahia em modernização histórica

Celso Ferreira, vice-presidente da Acelen, detalha como investimentos bilionários e aumento da eficiência reforçam empregos, arrecadação de impostos e competitividade industrial.

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 05:00

Celso Ferreira, vice-presidente executivo de Operações da Acelen Crédito: Sergio Zacchi/Divulgação

Responsável por grande parte do ICMS e do PIB do estado, a Refinaria de Mataripe abastece a Bahia há sete décadas. Desde que a Acelen assumiu, a planta recebeu investimentos bilionários em modernização, aumentando eficiência e competitividade, afirma Celso Ferreira, vice-presidente executivo de Operações da empresa. Desenvolvimento regional será um dos temas tratados no Agenda Bahia, que acontece na próxima quarta-feira (dia 20), na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

Quem é

Celso Ferreira é vice-presidente executivo de Operações na Acelen. Com mais de 30 anos de experiência, Celso Ferreira, construiu uma carreira sólida nos setores químicos, petroquímico, de refino e bioenergia.

Apesar de ser uma das mais antigas indústrias da Bahia, a Refinaria de Mataripe é pouco conhecida do público. Qual é a importância desta empresa que há tantas décadas impulsiona o desenvolvimento do estado?

A Refinaria de Mataripe é um ativo estratégico para a Bahia e para o Brasil. Desde sua fundação, em 1950, há mais de sete décadas, desempenha um papel central na industrialização e no fortalecimento da economia baiana, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e estimulando uma ampla cadeia produtiva. Além de abastecer diversos mercados com combustíveis e derivados de alta qualidade, fomenta o desenvolvimento tecnológico, contribui para a arrecadação de impostos e impulsiona projetos socioambientais que beneficiam as comunidades do entorno. Desde que chegou à Bahia, em dezembro de 2021, a Acelen já investiu mais de R$ 3 bilhões na revitalização e modernização da planta industrial. Esses recursos incluem atualização de equipamentos, melhorias na infraestrutura e adoção de novas tecnologias que aumentam a eficiência e reduzem o impacto ambiental. Foi o maior programa de modernização da história da refinaria, garantindo mais competitividade para a Bahia e mais segurança e qualidade nos combustíveis que chegam ao consumidor. Hoje, a refinaria está entre as três mais modernas da América Latina, é a segunda maior do país, responde por 15,7% do ICMS e 10% do PIB da Bahia, além de ser a segunda maior exportadora do estado. Representa 12% da capacidade total de refino do Brasil, 41% do Nordeste e 80% da Bahia.

A Acelen está há pouco mais de três anos à frente de Mataripe. O que mudou de lá para cá?

No próximo mês, a Refinaria de Mataripe completa 75 anos, sendo quase quatro sob gestão da Acelen. Quando assumimos, encontramos um legado importante, mas sabíamos que era preciso investir para levá-la a um novo patamar. Implantamos tecnologia de ponta, modernizamos operações, reforçamos protocolos de segurança, ampliamos projetos ambientais e, principalmente, nos aproximamos das pessoas. Investimos em qualificação por meio do centro educacional Acelen Acender, em Candeias e na própria refinaria; criamos programas sociais como o Jovem Aprendiz, Jornada Jovem, o Acelera OSC, Acelera Pesca e apoiamos o Adote uma Turma, em parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Também fortalecemos o diálogo com as comunidades por meio dos Conselhos Comunitários Consultivos (CCC’s) em Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde. Hoje, a refinaria é mais moderna, segura e conectada com o futuro.

Mataripe é o cartão de visitas da Acelen no Brasil, mas não é o único investimento de vocês. O que é a Acelen hoje e qual é o futuro desta empresa?

A Acelen é uma empresa de energia criada pelo Mubadala Capital com atuação no refino e comercialização de combustíveis e derivados. Seu propósito é ser um player relevante na transição energética e, para isso, está diversificando seus negócios. Em julho de 2024, anunciamos uma joint venture com a Perfin e a Illian para construção de um parque solar no município de João Dourado, em fase final de construção, que atenderá à demanda de energia elétrica da refinaria. O complexo terá capacidade de 161 MWp, suficientes para abastecer 140.000 residências e 128 mil toneladas de CO2 por ano, equivalente ao CO2 capturado por uma floresta do tamanho de 1.200 campos de futebol. Reforçando nosso compromisso ambiental, apostamos em um projeto inédito para produção de combustíveis renováveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético, de 7 a 10 vezes mais produtiva por hectare que a soja. Por meio da Acelen Renováveis, estão sendo investidos cerca de US$ 3 bilhões na primeira unidade integrada para produção de Combustíveis Sustentável de Aviação (SAF) e Diesel Renovável (HVO), uma biorrefinaria que será construída em São Francisco do Conde. O futuro da Acelen está intrinsecamente ligado à sustentabilidade.

O que a Bahia representa nos planos de vocês para o futuro?

A Bahia tem vocação natural para a energia, seja pela infraestrutura logística, pela posição geográfica estratégica, pela tradição industrial ou pelo potencial em renováveis. Aqui estão nossa principal planta industrial, parcerias estratégicas, um diálogo constante com a comunidade e o local escolhido para a construção da biorrefinaria. Juntos, vamos ser protagonistas da transição energética mundial.

O Brasil enfrenta uma série de desafios conjunturais e outros de natureza estruturais. O que mais preocupa em termos de conjuntura? E em relação às questões estruturais da economia?

No cenário conjuntural, a volatilidade nos preços internacionais do petróleo, as variações cambiais e as incertezas geopolíticas impactam diretamente o setor. Nesse contexto, buscamos eficiência operacional e inovação para manter a competitividade, garantindo abastecimento com qualidade e segurança. Quando olhamos para os desafios estruturais, vemos na transição energética uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma oportunidade histórica. O Brasil tem condições únicas para liderar esse movimento, e a Acelen quer estar na linha de frente dessa jornada. E para isso, é fundamental avançar no ambiente regulatório. Destacamos aqui a aprovação da Lei do Combustível do Futuro, que estabelece metas e critérios para a descarbonização de combustíveis no Brasil, incluindo o SAF, o que pode gerar demanda estável para o produto da macaúba. Temos ainda o PATEN (Programa de Aceleração da Transição Energética), que oferece acesso a incentivos fiscais, financiamento diferenciado e prioridade em processos regulatórios para projetos inovadores de energia limpa, além da Lei nº 25.437/2024 – Protener (Política e Programa de Transição Energética do Estado da Bahia), que garante segurança jurídica e fundiária, essenciais para atrair investimentos privados na área. Nosso trabalho no refino de petróleo assegura a energia necessária hoje, enquanto investimos na produção de biocombustíveis, como o obtido da macaúba. Esse equilíbrio entre atender o presente e construir o futuro é central para o nosso propósito.

O Agenda Bahia é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Acelen, Sebrae, Tronox e Unipar, apoio institucional da FIEB e da Prefeitura Municipal de Salvador, apoio do Salvador Bahia Airport e Veracel, e parceria da Braskem.