A decomposição dos rios da RMS

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  • Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há 2 anos

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Os rios que abastecem Salvador e Região Metropolitana estão pedindo socorro. Como ativista ambiental, venho chamando a atenção do  poder público sobre a situação dos rios da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Não existe uma preocupação real das autoridades com relação a este problema. Acredito que, se não começarmos a partir de agora a tomar providências, em menos de dez anos iremos enfrentar uma grave crise hídrica. 

O Rio Joanes, responsável pelo abastecimento de cerca de 40% da água que cai nas torneiras das casas de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, vem sofrendo um terrível desgaste desde a nascente, que fica em áreas privadas. Problemas como ocupação irregular, falta de saneamento básico, lançamento de esgoto e poluição têm afetado o Rio Joanes, sua fauna e a flora do entorno.

O Rio Ipitanga, que passa pela região de Simões Filho, São Cristóvão e aeroporto, está praticamente morto. O Rio Sapato, localizado em Lauro de Freitas, que tem mais ou menos 7 km, está em fase terminal. Não há nenhum projeto de revitalização desses rios na RMS.Já o Rio Paraguaçu, no Recôncavo, tem 614 quilômetros de extensão. Dele dependem cerca de 2,3 milhões de baianos, em 86 municípios. É responsável também por 60% do abastecimento de água em Salvador e RMS. Conhecido como “caixa d'água” da capital, está em “situação de alerta”.

Precisamos cuidar das nossas águas, dos mananciais e das nascentes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que um bilhão de pessoas carecem de acesso a um abastecimento de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por pessoa por dia a uma distância não superior a mil metros. Além disso, a ONU aponta que até 2050 existe a possibilidade de que 70% da população esteja vivendo nos centros urbanos, aumentando em 50% a demanda de água e outros serviços.

Algumas cidades do Brasil estão buscando tecnologias para minimizar a degradação dos rios. Como é o caso do Rio Pinheiros, em São Paulo. Engenheiros estão utilizando  “nanobolhas”. Os testes com esse tipo de tecnologia serão realizados em pesquisa que está sendo empreendida na Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP). 

Outra tecnologia que vem sido utilizada é a dessalinização, que é a retirada do sal da água do mar. Para chamar a atenção das autoridades sobre este tema, vamos realizar, no dia 25 de setembro, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o Seminário SOS Joanes II.

O evento tem o objetivo de alertar a sociedade baiana de modo geral sobre a situação atual da Bacia do Rio Joanes, na amplitude do seu impacto ambiental, econômico e social, para traçar diagnósticos e soluções. Iremos reunir especialistas, ambientalistas e técnicos renomados no assunto, além de autoridades do Estado.Enfim, precisamos salvar os rios da RMS.

Mauro Cardim é presidente do Instituto Metropolitano de Desenvolvimento e Inovação e curador-técnico dos seminários SOS Joanes I e SOS Joanes II

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