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Alfredo Venet Lima: jamais ficamos órfãos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2013 às 06:35

 - Atualizado há 2 anos

Alfredo Venet Lima*

Os refletores da vida, muitas vezes, são acesos por interruptores invisíveis e a sua claridade ilumina nossos caminhos, sem que, por um momento sequer, possamos entender as direções escolhidas.

Todos os anos, a sociedade consumista alavanca o Dia das Mães com velhos chavões e apelos comerciais. Nesse contexto, parece que esse é o domingo mais especial de todos os domingos. Por isso, criam-se dúvidas quanto aos presentes, aos pratos a serem servidos no almoço e às flores que adornarão as casas.

Ao se criar o Dia das Mães, sublimou-se a sua figura, contudo, a importância da homenageada ficou minimizada, devido ao exagero com o supérfluo, num domingo anual e festivo, como se isso bastasse!

Mães jamais deixam os seus filhos órfãos. A construção de sua maternidade incondicional é absolutamente indelével, definitiva, doce e eterna. Elas nos dão régua e compasso e a absoluta tolerância, sem ônus ou espera de qualquer tipo de aplauso.

O tempo, com os seus apressados ponteiros, não nos deixam perceber o toque de Midas de nossas mães, guiadas pelo sentimento inquebrantável do amor incondicional, não oneroso.

No painel do relógio de nossas vidas, os ponteiros continuam na sua desabalada carreira, surrupiando a possibilidade de entendermos que a mãe não é só aquela que o cancioneiro aludiu, referenciando-se a ela em razão do seu avental todo sujo de ovo.

Aliás, atrelamos sempre às nossas mães o alimento, a atividade culinária. Associamos essa referência ao fato de sermos amamentados por ela. Na verdade, as mães sempre foram as detentoras dos interruptores invisíveis que iluminaram nossos caminhos, e a sua luz é tão forte que a sua presença, em nossas vidas, nos desautoriza a afirmar que somos órfãos, porque a mãe é um ser eterno, que suplanta a orfandade.

E, nem mesmo quando perdemos o contato físico, não mais ouvimos a sua voz, não mais tocamos ou somos tocados, a sua presença está definitivamente cravada no âmago de nossas almas, em razão do seu pastoreio discreto, protegendo suas crias, abdicando de suas vontades e nos tornando, efetivamente, parte do seu corpo e da sua alma.

Todos os dias, respiramos nossas mães, não somos apenas filhos e filhas, somos sua criação eterna.

* Alfredo Venet Lima é advogado criminal e professor de Direito daUniversidade Católica de Salvador (Ucsal)