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Editorial: Equilíbrio distante

  • D
  • Da Redação

Publicado em 12 de março de 2017 às 03:01

 - Atualizado há 3 anos

A semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher expôs, através de uma série de reportagens e pesquisas, o tamanho da desigualdade entre gêneros e o quanto falta para romper o fosso que separa os dois sexos. A começar pelo mercado de trabalho, onde os homens ocupam a imensa maioria dos postos de comando e a faixa em que se concentram os melhores salários. Embora seja possível notar avanços em duas décadas de luta mais acirrada dos movimentos em defesa da mulher, o caminho do equilíbrio ainda é muito longo.Um exemplo claro está na política brasileira, majoritariamente dominada pelos homens. No Congresso Nacional, menos de 15% das cadeiras pertencem às mulheres, embora elas concentrem mais da metade do eleitorado. Do total de 513 parlamentares da Câmara dos Deputados, a bancada feminina concentra apenas 55 integrantes. O desequilíbrio é ligeiramente menor no Senado – 68 contra 13. Contudo, 14 estados brasileiros não elegeram nenhuma senadora nas últimas eleições.A participação reduzida das mulheres nos espaços de poder político persiste a despeito de todo esforço da Justiça Eleitoral para redistribuir a fatia de modo mais igualitário. Na Bahia, 25 partidos foram notificados pelo Ministério Público, no último dia 6,  por descumprirem a lei que os obriga a reservar 10% do tempo de propaganda em rádio e TV para representantes femininas.A conta inclui todas as grandes legendas tradicionais e, paradoxalmente, as siglas de esquerda. Justo as que mais se dizem porta-vozes da batalha pela igualdade de gêneros. Se o desrespeito é notado até mesmo na principal trincheira política do empoderamento feminino, não é de se estranhar que a presença das mulheres em cargos de chefia permaneça menor que a dos homens na iniciativa privada.A única explicação plausível para o desalinhamento de sexos está ligada ao conservadorismo que domina grande parte da sociedade brasileira. Óbvio que avançar nesse campo leva tempo e implica em processos duradouros de conscientização por sucessivas gerações, mas tende a demorar além do razoável em nações onde o culto ao machismo não é desvio de conduta, e sim regra.Remover tais entraves demanda engajamento dos três poderes, é fato, embora a história ensine que mudanças profundas são impulsionadas por ventos que sopram da sociedade civil organizada e consciente. Nunca é demais lembrar que a responsabilidade pela dignificação da mulher tem que começar dentro de casa e no ambiente de trabalho. Sem isso, será uma jornada longa  rumo a uma maior igualdade.