Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 07:11
- Atualizado há 2 anos
Camaçari está na iminência de sofrer um problema ambiental grave por falta de tratamento adequado do esgoto produzido no município. E o pior: o esgoto da cidade continua sendo jogado de forma indiscriminada no rio Camaçari, de onde segue para o rio Joanes que, por sua vez, abastece Salvador. Por irresponsabilidade dos atuais gestores públicos da cidade, o risco de termos danos irreversíveis ao meio ambiente em toda a Região Metropolitana graças à falta de investimento em saneamento básico em Camaçari é tão preocupante quanto real.>
A solução para o problema do saneamento básico em Camaçari foi apresentada há dez anos, na gestão do então prefeito Helder Almeida. Os prefeitos que o sucederam, no entanto, não levaram adiante o projeto de efetuar o lançamento do esgoto tratado de forma terciária na bacia do rio Capivara ou na reutilização industrial. Na época, pseudoentidades ambientais se colocaram contra o projeto alegando que a nascente do Capivara seria prejudicada. No primeiro governo de Luiz Caetano, no entanto, essas mesmas entidades permitiram que a nascente fosse ocupada irregularmente e não investiram para solucionar a questão.>
O mundo inteiro sabe que o melhor hoje é fazer investimentos no reuso do esgoto tratado, e não simplesmente jogá-lo no mar sem possibilidade de nova utilização. Esse era o objetivo do projeto desenvolvido na gestão do ex-prefeito Helder Almeida. Tecnicamente falando, inclusive, seria a solução mais fácil, barata e ambientalmente melhor. As indústrias poderiam reutilizar esse efluente tratado. Em vez de adotar o modelo, a partir de 2005, a Prefeitura de Camaçari optou, através da Embasa, por destinar o esgoto à Cetrel, que cobra caro para lançá-lo ao mar sem que haja qualquer tratamento adequado por falta de investimento do poder público municipal. E essa solução também sairá mais caro ao consumidor, que certamente sofrerá com um reajuste na conta de água.>
A gestão anterior ao primeiro governo de Caetano deixou projetos e recursos previstos no Prodetur para fazer o tratamento secundário e terciário do esgoto, reaproveitando a água que poderia ser utilizada pelas indústrias. Mas os nossos adversários disseram não e, depois de dez anos, continuamos com o esgoto sem tratamento adequado, e com uma rede de saneamento básica que sequer foi concluída. É realmente inexplicável.>
Na orla de Camaçari, a situação é ainda pior. O esgotamento sanitário de localidades como Catu de Abrantes, Vila de Abrantes, Jauá, Arembepe, Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim simplesmente foi esquecido e, com isso, todo o sistema de lagoas da região está completamente contaminado, numa verdadeira tragédia ambiental. O que fizeram com os recursos? Perguntar não ofende porque, afinal, a transparência no uso dos recursos públicos é uma obrigação da prefeitura e um direito do cidadão.>
* Elinaldo Araújo é vereador (DEM) e líder da oposição em Camaçari>