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Jolivaldo Freitas: Culpa dos portugueses

  • Foto do(a) author(a) Jolivaldo Freitas
  • Jolivaldo Freitas

Publicado em 26 de dezembro de 2015 às 05:31

 - Atualizado há 3 anos

O que será que acontece na cabeça do ex-presidente e sempre virtual candidato Lula? Picado pela mosca azul, graças aos resultados positivos que sua sedução nacional produziu numa certa fase da vida política nacional, de repente, do nada, o homem começa a se achar filósofo e haja filosofia do Ateneu, bar lá do ABC paulista, reminiscência dos tempos em que era especialista em tornearia e líder sindical. Hoje se acha doutor em generalidades e já deu conselhos para Obama e Ângela Merkel. “Filósofo”, “professor” e “economista”, virou o conselheiro Acácio.O que abordo aqui é a afirmação intempestiva e sem noção – ou é puro nonsense? – em que ofendeu de forma irresponsável os portugueses. Lula provocou polêmica em Portugal, por responsabilizar os portugueses por nosso atraso na educação. Consequência do longo tempo em que fomos colonizados pelos (1531 a 1822). Vem daí, segundo Lula, os problemas do sistema educacional brasileiro.Ele, em sua fala numa conferência recente em Madri, lembrou que Cristóvão Colombo chegou a Santo Domingo em 1492 e logo em 1507 foi implantada uma universidade por lá. O mesmo aconteceu no Peru em 1550 e na Bolívia em 1624. Lula afirmou peremptoriamente que o Brasil só ganhou sua primeira universidade em 1922, e que essa demora “justifica os atrasos na educação” dos brasileiros.Lula deve ter lido algo em algum lugar, a respeito do assunto ou pior: seus assessores informaram errado e ele repetiu, uma vez que certa vez ele disse que não gostava de ler, e embolou tudo dentro da sua cabeça. Lula mais uma vez se equivocou no átimo de mostrar que sabia o que não sabia. Em sua inocência cultural se passou redondamente, vez que já em 1808 a Bahia ganhava a Faculdade de Medicina. Desde antes, em 1792, no Rio de Janeiro funcionava plenamente uma instituição de nível superior que era a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, correlata, hoje, a um instituto politécnico, formando engenheiros (embora a nomenclatura não fosse da época) e outros especialistas. Aliás, abordo esta questão em meu novo livro: A Engenharia e a História da Bahia feito em comemoração aos 80 anos do Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia.No começo do século XX vão se ampliando o leque de faculdades, como a do Paraná, de 1912, ou a Universidade do Rio de Janeiro, em 1920, a de Direito em Pernambuco e várias outras em São Paulo. Pior é que a fala de Lula nos elevou à condição de “burros”. A fala de Lula foi o que bastou para várias publicações e sites deflagrarem pesada ironia. O portal Observador, dos mais respeitados em Portugal, postou de inédito: “Brasileiro burro? A culpa é do (Pedro) Álvares Cabral, diz Lula”. O Diário de Notícias de Lisboa, mais antigo jornal nacional, desanca Lula e, por conseguinte, os brasileiros. O pior de tudo é que, mesmo se tivesse sido verdade o que Lula disse sobre a colonização portuguesa, já se vão quase duas centenas de anos que colocamos os lusos para correr. O que Lula fez é coisa antiga. Desde o fim da colonização que os portugueses têm culpa no cartório de todos os nossos problemas. Até do baiano fazer xixi na rua.Jolivaldo Freitas é jornalista e escritor