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O poder das áreas verdes no desenvolvimento infantil

A integração das áreas verdes às políticas públicas deve ser uma prioridade municipal

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 05:00

Crianças
Crianças Crédito: Shutterstock

Nos últimos anos, o aumento do tempo de tela entre as crianças se tornou uma preocupação global. O uso precoce e excessivo de celulares e dispositivos digitais tem reduzido o tempo de brincadeiras ao ar livre e de convivência com outras crianças, afetando o sono, a concentração e até o humor. O isolamento digital precoce pode inibir a criatividade, dificultar o desenvolvimento motor e criar dependência tecnológica.

A criança precisa experimentar o mundo real — sentir o vento, a textura das folhas, o calor do sol — para formar repertório sensorial, coordenação e empatia. O verde, nesse sentido, funciona como antídoto à hiperconexão digital e como convite para reconectar corpo e mente com o ritmo natural da vida.

Diversos estudos mostram que o convívio com a natureza estimula a criatividade, melhora a concentração e reduz sintomas de ansiedade e estresse. A brincadeira ao ar livre beneficia o desenvolvimento motor e cognitivo, fortalece o sistema imunológico e fomenta um senso de pertencimento e cuidado com o planeta. Atividade simples de subir em uma árvore, observar um pássaro ou sentir o cheiro da terra úmida, ensinam sobre equilíbrio, limites e empatia mais eficazmente do que muitas horas de tela ou de atividades estruturadas.

Mas os benefícios não param aí. Crianças que crescem próximas de áreas verdes tendem a apresentar maior desempenho escolar, melhor saúde mental e vínculos sociais mais fortes. O verde é, portanto, um investimento direto em saúde pública, educação, cidadania e futuro.

Proteger esse direito é uma responsabilidade compartilhada. A integração das áreas verdes às políticas públicas deve ser uma prioridade municipal. Planejar cidades mais verdes envolve mais do que apenas plantar árvores; é criar uma rede de espaços vivos que conecte escolas, praças, ciclovias e parques, garantindo que todas as crianças tenham acesso equitativo.

Parques, praças, hortas comunitárias, jardins sensoriais e pátios escolares naturalizados transformam o ambiente urbano em locais de convivência e aprendizado.

Em Salvador, isso é um compromisso contínuo: aumentar o número de parques e praças, implementar pátios escolares naturalizados, preservar e restaurar ecossistemas e assegurar que os bairros tenham áreas verdes acessíveis, seguras e bem cuidadas.

Cada muda plantada é uma esperança renovada. Cada metro quadrado de sombra é um avanço para a saúde e o bem-estar coletivos. O desenvolvimento infantil precisa de solo, árvores e céu aberto, pois é através da harmonia com a natureza que se cultiva o melhor da infância e se prepara o futuro de toda a cidade.

Ivan Euler Paiva é Mestre em Engenharia Ambiental Urbana e Secretário de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal de Salvador

Tags:

Saúde Crianças