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Da Redação
Publicado em 23 de março de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
A formação de professores é um processo que deve acompanhar as mudanças e demandas sociais. Uma das bases da economia de boa parte dos municípios do interior da Bahia, por exemplo, é mantida pelo capital gerado pela educação. Ser professor em municípios pequenos e com fragilidades socioeconômicas no centro do semiárido baiano é sinônimo de status e possibilidade de fazer mudanças significativas. São vidas transformando vidas. >
Entretanto, a falta de perspectiva de futuro gerada pelas crises econômicas e políticas pelas quais passamos, o aumento da desigualdade social com a pandemia e a falta de investimento na educação, acabam criando um mito em torno da profissão que atenua um mito mais antigo: o de que ser professor não vale a pena. >
Não por acaso, hoje, o Brasil está com déficit de professores, o que abre brechas para mais problemas na educação e sucateamento da docência. Para que a educação não pare, necessitamos de professores. Não há uma forma de ela existir sem que haja professores. Nenhum país anda sem eles e a pandemia escancarou essa realidade. >
Considerando que há uma carência gritante de professores bem capacitados e analisando o que vem no futuro pós-pandêmico, podemos dizer que num futuro muito próximo vai faltar docentes e precisaremos reforçar a qualidade dos profissionais que optarem por essa carreira. E, volto a frisar, essa formação deve ocorrer acompanhando as transformações sociais. Afinal, nós somos precursores de estudos e aplicação de métodos ativos da educação básica ao ensino superior. >
Em Paripiranga, onde atuo através do Centro Universitário Ages, isso obviamente só foi possível, porque a universidade vem investindo em formação baseada no que há de mais moderno e coerente em educação, sem deixar o que é indispensável nos estudos clássicos. >
Interligar teoria e a prática faz com que o aluno seja incentivado a ser o protagonista de seu próprio desenvolvimento. Não há mais espaço para teoria desmembrada da prática. Assim como não mais admitimos a divisão corpo e mente, não podemos admitir a divisão teoria e prática. Uma é o sustento da outra e tornam-se uma mesma coisa. >
O mundo muda velozmente. Por isso, a educação tem que se manifestar como movimento que forme entendendo e aceitando a realidade atual, mas que forme de verdade, prepare, nutra, acompanhe com prudência as mudanças. Afinal, como formar pessoas desfocadas de suas realidades? >
Não podemos fazer da sala de aula uma bolha, como se existissem dois mundos, o real, onde as coisas estão se transformando segundo após segundo, e outro que só existe na sala. A educação e o professor devem acompanhar e preparar o sujeito para o mundo real, estimular pessoas a lidar e evoluir num mundo mais complexo e veloz e isso só é possível com o entendimento de que teoria e prática não devem se desprender jamais. >
Érica Fernanda Reis de Matos, Mestra em Educação, Especialista em Ensino de Libras e em Educação Especial, coordenadora de cursos da Área de Ciências Humanas e professora da Ages>