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Jolivaldo Freitas
Publicado em 29 de novembro de 2019 às 15:30
- Atualizado há 2 anos
Se tem algo que incomoda o machão brasileiro é corno. O cara não se importa que xingue a mãe, daí que, aditivando a máxima popular digo que todo castigo para quem bate em mulher é pouco, e bem podia ser acrescido de um bom par de chifres para ver se aprende, pois só isso mete medo num indigitado. Durante toda esta semana o Tribunal de Justiça da Bahia está realizando campanha no combate a violência contra a mulher, o que se trata de excelente iniciativa, porque neste ano de 2019, apesar de todo apelo, campanha, chamamento e aplicação da Lei Maria da Penha, a cada seis minutos é registrado um caso de violência contra mulher, conforme registro feito pelo atendimento através do serviço de telefone “Ligue 180”. A questão está nas mãos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cuja ministra tem feito mais presepada do que adotar medidas concretas para ajudar a, pelo menos atenuar os índices, deste problema que choca qualquer pessoa minimamente civilizada.>
Muita gente ainda acha que violência contra a mulher é quando ela sofre espancamento; na realidade a questão é muito mais ampla, passando pelo assédio explícito ou velado, um beijo forçado e dentre tantos o sexo não-consensual. Pode, também, ser uma ofensa escrita ou verbal. Conforme o CNJ - Conselho Nacional de Justiça, em suas 14 edições anteriores da campanha, foram realizadas, em todo o território nacional, mais de 218 mil audiências; proferidas mais de 188 mil sentenças, concedidas 96 mil medidas protetivas e realizadas 1.396 sessões do Tribunal de Júri. Ou seja: os homens, em parte expressiva, ainda não tomaram vergonha na cara e não é por falta de informação e exemplos.>
A iniciativa da campanha abrange que o TJ-BA participa é ação do CNJ que abrange todo o território nacional no combate contra violência doméstica e familiar de mulheres e além de força-tarefa para dar andamento a processos que se enquadram na Lei Maria da Penha, haverá vasta programação educativa sobre violência de gênero destinada a diferentes públicos da sociedade, priorizando o julgamento dos processos relacionados, claro, ao feminicídio e à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Tem homem que com seu machismo irrefreado ainda se inspira no patriarcalismo. Acreditam piamente na subjugação das mulheres. O brasileiro precisa ser reeducado e pouco se vê ou viu governantes adiantando o passo que está lento por demais. E enquanto claudica a violência acelera.>
Tem de aprofundar a educação e não ter medo de incluir nas escolas matérias temáticas de gênero. Levar o assunto para ser debatido nas empresas, nas repartições públicas, instituições, nos partidos políticos, nos clubes de futebol, bares e praias. Sem descanso. Sem cessar, pois as mulheres estão cansadas de esperar. Vamos melhorar o nível de atendimento dos órgãos a quem compete cuidar do assunto. Dar estrutura, investir, obrigar o Estado a levar mais a sério o combate à tentativa de inferiorização da mulher. Quem é vítima não pode esperar. O destino da mulher pertence a elas. E homem que bate, humilha, incomoda, aborrece tem de ser punido, não somente com um par de chifres.>
Escritor e jornalistam autor de Histórias da Bahia - Jeito Baiano e Baianidade...>
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