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Vamos à esbórnia. O inferno não existe

  • Foto do(a) author(a) Jolivaldo Freitas
  • Jolivaldo Freitas

Publicado em 10 de abril de 2018 às 08:52

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Quando o papa Francisco tomou lá sua garrafa de vinho de selecionadas uvas tannat, encorpado da região de Mendoza, e provavelmente sob os eflúvios do espírito da fermentada garantiu para todos os cristãos que “o inferno não existe”, estava escamoteando séculos de um dogma caro ao Cristianismo. No Evangelho de São Mateus está lá que Jesus Cristo disse que no fim de tudo haverá choro e ranger de dentes; que os justos e os  ímpios serão julgados, indo os hereges, os pecadores, para o castigo eterno e os justos para o paraíso eterno. O motivo pelo qual Jesus teria vindo para a terra era um só: salvar as almas do inferno e mostrar com todas as cores a dolorosa realidade de se viver ao lado do Satanás. 

Essa saga continua sendo a principal função da Igreja Católica: salvar almas do  inferno.

Interessante é que, como se vê na Bíblia, Jesus falou mais do inferno que do céu. A visão do inferno, na concepção dos teólogos, é a única forma de se temer a Deus. Mas, se vem o papa, que é unha e carne com Deus, o único que possui  seu e-mail e número de WhatsApp, e garante que o inferno não existe, que no final de tudo a alma dos pecadores simplesmente desaparece, como bolinha de sabão.

Interessante é que a Igreja Católica fez de conta que não ouviu ou não entendeu e deu o assunto como encerrado. Alguns dos seus representantes colocaram a culpa, como sempre, na imprensa. Teria ouvido e interpretado mal o editor do La Repubblica, que esteve em encontro com o papa e decidiu revelar sobre o que conversaram.

Quando se fala de demônio se fala de pecado, de Satanás e, claro, do inferno. Se o inferno não existe, o demônio foi despejado pelo papa, espíritos condenados, a partir de agora, têm todo o direito a  recorrer ao Supremo Tribunal Federal e ir protelando com seus embargos e habeas  corpus.

O Brasil, se o papa Francisco prestasse atenção, veria que é o inferno estruturado, onde só tem espíritos condenados à perdição eterna, seja da esquerda ou da direita, ainda mais com todos, através das mídias sociais, querendo levar o maior número possível de almas, formando assim uma cadeia infernal. Quem sabe a prisão de Zé Dirceu, Lula, Aécio, Temer, Sarney, Dilma, Ciro, Louros, Geddel e tantos outros anjos caídos não dê um refresco, um vento Sul.

Daí que se o inferno eclesiástico do papa Francisco não existe, ou seja, aquele lá da profundeza onde a eternidade é no fogo, o inferno é este que gira ao redor do sol e gerido por Trump, Temer, Jan, Putin, Assad, Maduro e tantos outros enviados de Satã, como o banqueiro que cobra juros de 230 por cento ao ano no cartão de crédito. O que nega atendimento médico ou o que tortura, joga bombas, dá tiro nas escolas e tantos e muitos que estão ao seu lado ou você vê na TV.

Uma coisa pode-se dizer sobre a assertiva do papa Francisco: o escritor florentino Dante Alighieri está se revirando no túmulo pois o papa acabou de desmoralizar sua obra A Divina Comédia, onde se revela com o que seria realismo absoluto o inferno em seus círculos. Dante teria criado uma fake news.