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A Arte de Ter Razão: o livro que ensina a vencer discussões e que deve estar na cabeceira de Trump

Clássico de 1830 continua influenciando debates políticos e definindo estratégias de poder

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 19 de julho de 2025 às 05:00

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Crédito: Molly Riley/Casa Branca/Divulgação

Com o advento da Era Trump 2.0, decidi reler “38 Estratégias para vencer qualquer debate - A arte de ter razão”, de Arthur Schopenhauer. O livro de 128 páginas mostra com muita graça que nem sempre ter razão e ficar com a razão são sinônimos, ou que o vencedor em uma discussão não é necessariamente aquele que está falando a verdade, mas o que tem mais habilidade de convencimento. A obra escrita em 1830, quando ainda se acreditava que o mais virtuoso seria sempre o campeão em um debate, está mais atual do que nunca.

Logo no prefácio de “A arte de ter razão”, o filósofo alemão Karl Otto Erdmann, que era aficionado pela obra do compatriota sintetiza o conceito da dialética erística, criada por Schopenhauer: “em uma discussão o que está em ação não é o desejo pela verdade, mas a busca pelo poder”. E é aí, prossegue ele, que o ser humano “revela o seu lado mais sombrio, quando a vaidade e a hipocrisia triunfam”. Resumidamente, para Arthur Schopenhauer, existem técnicas que podem ser usadas para vencer discussões.

Como disse o próprio na introdução do seu livro, “a dialética erística é a arte de discutir, e mais especificamente de discutir de modo a ter razão, isto é, per fas et nefas [por meios lícitos e ilícitos]”. Talvez hoje seja mais simples compreender o que o filósofo queria dizer, afinal vivemos na Era da pós-verdade (post-truth), um conceito da década de 1990, mas que foi escolhido pelo Oxford Dictionaries como a palavra do ano em 2016, ano do Brexit e da primeira eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

A pós-verdade parece dar as mãos para a erística de Schopenhauer, porque no conceito não se diz que a verdade deixou de existir, ela só não tem mais a importância que já teve um dia. Em qualquer tipo de disputa nos dias atuais as narrativas emocionais são mais relevantes que fatos verificáveis. Esta é a lógica que explica cada um dos pontos da carta escrita por Donald Trump para o governo brasileiro em 7 de julho e todos os seus desdobramentos.

Seguindo a lógica da pós-verdade, tenho a mais absoluta certeza que Trump tem “A arte de ter razão” em sua cabeceira, embora eu não tenha a menor capacidade de provar isso. Sinto em meu coração, por isso é verdade, que antes de pegar o seu celular e fazer qualquer tipo de ameaça comercial ao Brasil, China ou à União Europeia, ele repassa as 38 estratégias. Faz o mesmo quando ameaça a Rússia, ou o Irã com suas bombas infladas por adjetivos superlativos. Seus discursos, postagens e até mesmo aqueles apertos de mão capazes de esmagar ossos mais frágeis são doses de erística na veia.

Apesar de usar quase todas as 38 estratégias, é muito importante notar que o presidente norte-americano é um mestre na 29: “não se importe em fugir do assunto se estiver a ponto de perder”. Antes de responder, é preciso lembrar que tudo o que ele espera como resposta é um oponente desequilibrado (27) e que o republicano não tem o menor pudor em utilizar as estratégias 37 e 38: “destrua uma boa tese com uma prova frágil” e “parta para o ataque pessoal”.

Em um mundo como este, de que adianta argumentar que a balança comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é favorável aos americanos? Ninguém liga para os números se o sentimento de Trump é que o Brasil é desleal. Ou, como explicar para ele que o PIX não prejudica as poderosas bandeiras de cartões norte-americanas, uma vez que o método de pagamento brasileiro colocou no sistema financeiro gente que não tinha conta bancária? Ou ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Trump define como um homem “forte” e “bom”, está irreversivelmente inelegível no ano que vem?

Ah, a edição do clássico publicada pela Faro Editorial vem com ilustrações bastante atuais. Vale a pena conferir.

Fogo amigo

Ao mesmo tempo em que dispara contra o mundo inteiro com o seu tarifaço, o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, precisa lidar com crises internas, inclusive com apoiadores dele. O republicano perdeu a linha na última quarta-feira e chamou seguidores de estúpidos depois de ser cobrado a dar explicações sobre o caso Jeffrey Epstein. Em 2019, enquanto aguardava julgamento por casos envolvendo abuso sexual e até tráfico sexual de jovens e menores de idade, Epstein foi encontrado morto em sua cela. As teorias da conspiração são de que o magnata, que já foi amigo de Trump, tinha provas comprometedoras contra o presidente. Durante a campanha, os republicanos diziam, sem provas, que Barack Obama e Joe Biden, ex-presidentes democratas, estavam nos arquivos. Trump fazia o maior estardalhaço com o assunto e prometia publicizar tudo. Agora, não se sabe o porquê, mudou de ideia e passou a ser vítima das teorias conspiratórias. O caso foi citado pelo bilionário Elon Musk depois do ruidoso rompimento entre eles.

Menos duas cadeiras

Pouquíssima gente vai sentir falta das duas cadeiras que a Bahia vai perder na Câmara dos Deputados a partir do próximo ciclo legislativo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a ampliação do número de parlamentares federais de 513 para 531 e, tudo indica, não há nada que o Congresso Nacional possa fazer para reverter a decisão. As duas cadeiras baianas e outras 12 de seis estados que perderam população proporcionalmente vão ser redistribuídas. Com isso, a Bahia que tem uma bancada federal de 39 deputados passará a ter 37. No fim das contas, pouca coisa vai mudar em nossa vida.

Nunca é tarde

Esta semana o mundo se despediu de Fauja Singh, de 114 anos. O britânico-indiano era o maratonista mais velho do mundo e tragicamente morreu após ser atropelado por um carro na Índia. Estava atravessando a rua no vilarejo em que morava quando foi atingido. Uma pena, a vida de Singh foi inspiradora. Ele correu a sua primeira maratona aos 89 anos, teve portanto uma carreira de 25 anos. Nunca é tarde para começar.

memes da semana

Nesta onda de tarifaço de Donald Trump, o que se espera por aqui é que ele, pelo menos, poupe o nosso acarajé. Se mexer com o quitute mais amado do Brasil, aí o norte-americano vai arrumar um problema muito sério, concorda comigo?

Será que o acarajé é o próximo alvo do norte-americano por Reprodução @claudioguimaraesfoto

(Viu algum meme interessante e quer mandar para a gente? Encaminha para [email protected])

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