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Gilberto Barbosa
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 05:00
Entre fotografia, cinema e televisão, Vik Muniz já caminhou por diversas expressões artísticas com seu trabalho. Completando 40 anos de carreira, ele leva um acervo de cerca de 200 obras para a exposição Vik Muniz - A Olho Nu, que segue em cartaz até 29 de março no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC). A visitação começa neste sábado (13) e pode ser feita entre terça e domingo, das 10h às 20h. A entrada é gratuita. >
Realizada nessa sexta-feira (12) em um evento fechado, a abertura contou com uma visita guiada para a imprensa. Após o lançamento oficial, os convidados puderam conhecer em detalhes o acervo levado por Vik Muniz ao museu. A noite foi encerrada com uma apresentação da banda Ifá. >
“É uma felicidade enorme mostrar a totalidade da minha obra em Salvador. Eu tenho uma relação incrível com a cidade, de mais de 25 anos, onde vim para passar três semanas e fiquei quatro meses. Salvador marca a porta de entrada para a minha volta ao Brasil. Aqui, eu descobri o Brasil que eu gosto, diverso e onde as pessoas não apenas consomem, mas são cultura”, ressaltou o artista plástico. >
Com 208 peças divididas em três andares, a exposição apresenta fotografias, esculturas e montagens, que apresentam uma retrospectiva dos 40 anos de carreira de Muniz. Entre elas, estão fotos das ‘colagens’ feitas para a abertura da novela Passione e para o filme Lixo Extraordinário, que concorreu ao Oscar de Melhor Documentário, em 2010.>
Outra peça destacada por Vik é chamada de Dois Pregos, a primeira foto tirada pelo artista. O objeto fica na entrada, em lugar quase imperceptível ao público, que deverá ter olhos bem atentos ao entrar no universo criado pelo paulista. “Essa foto descreve todo o meu trabalho. Ela tem essa tensão entre o físico e o imagético, o mental e o material, entre o real e o imaginário, além da ideia de um simulacro, com o qual você pode substituir aquilo que é real”, explica. >
Realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, a exposição tem curadoria de Daniel Rangel, que também atua como diretor do MAC. Ele destaca que essa é a maior exposição já realizada no museu, que teve algumas salas remanejadas para abrigar o acervo de Vik Muniz. >
“A exposição foi pensada a partir do trabalho de Vik como fotógrafo e do uso que ele faz dos objetos comuns. É colorida, alegre e tem o humor como o carro chefe. Fico feliz em trazer essa mostra para Salvador, pela oportunidade de termos algo tão grande, potente e que chega no verão, que é a época que temos mais visitantes. Espero que o público possa se deleitar com esse trabalho”, afirmou Rangel. >
A Olho Nu chega em Salvador após uma temporada no Instituto Ricardo Brennand, em Recife. Para a exibição na Bahia, Vik Muniz apresenta quatro novas peças, que não foram apresentadas em Pernambuco: Queijo (Cheese), Patins (Skates), Ninho de Ouro (Golden Nest) e Suvenir #18. >
Além do espaço no museu, estão previstas exibições de Lixo Extraordinário, às sextas-feiras, no MAC. O projeto também se expande para outras duas regiões da cidade: o Santo Antônio Além do Carmo, onde funciona o ateliê do artista, que receberá encontros e visitas, além da Galeria Lugar Comum, na Feira de São Joaquim, que recebeu a obra Nail Fetish, a primeira levada por Vik ao local. >
“Salvador é uma cidade fantástica do ponto de vista cultural. Ela me alimenta, é um lugar que venho para descansar, mas nunca descanso porque aqui sempre tem alguma coisa. Sempre volto com o corpo cansado e a mente ativa. A exposição conversa com pessoas que não têm experiência com arte contemporânea e espero que ela traga um público bastante diverso”, completou Muniz.>