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Carolina Cerqueira
Publicado em 25 de abril de 2025 às 12:00
O Mounjaro, nome comercial da tirzepatida, teve a comercialização no Brasil autorizada. O anúncio foi feito para jornalistas pela farmacêutica responsável, Eli Lilly, na manhã desta sexta-feira (25). O medicamento é voltado para o tratamento da diabetes tipo 2, mas ficou conhecido popularmente como ‘Ozempic dos ricos’, por conta do efeito de emagrecimento. >
O Mounjaro foi lançado primeiro nos Estados Unidos e foi aprovado pela Anvisa no Brasil em setembro de 2023, até então sem autorização de venda. O produto vinha sendo importado de assessorias especializadas, clínicas no exterior e através de compras diretas em viagens, desde que o comprador apresentasse relatório médico ou prescrição. Os preços chegaram a R$ 10 mil a caixa. >
A aprovação veio após mais de 10 estudos clínicos de fase três que recrutou mais de 19 mil pacientes com diabetes tipo 2 em todo o mundo, incluindo o Brasil, com a participação de mais de 1.100 pacientes e mais de 50 médicos investigadores envolvidos, em 44 centros de estudo. >
De acordo com a farmacêutica, o Mounjaro vai estar disponível nas farmácias brasileiras no dia 15 de maio, nas doses de 2,5 mg e 5 mg. O produto vendido será a caixa com quatro unidades de canetas de autoaplicação, o que equivale a um mês de tratamento, já que o uso recomendado é de uma caneta por semana. >
Outra recomendação é de uso inicial da dosagem de 2,5 mg durante quatro semanas e, após este período, o uso da dosagem de 5 mg. Cada caneta tem aplicação única e é, portanto, descartável. >
Os preços mais baratos das caixas são os oferecidos nas compras mediante cadastro gratuito no programa Lilly Melhor para Você. Com ele, na compra online, a caixa da dose de 2,5 mg custa R$ 1.406,75 e, da dose de 5 mg, R$ 1.759,64. Já nas lojas físicas os valores são R$ 1.506,76 e R$ 1.859,65, respectivamente. >
Fora do programa, os preços máximos previstos pela farmacêutica são de R$ 1.907,29 para a dose de 2,5 mg e R$ 1.859,65 para a dose de 5 mg, considerando a alíquota de 18% de ICMS de São Paulo.>
Uma decisão da Anvisa publicada no dia 16 de abril estebeleceu a necessidade de retenção de receita médica para a compra das chamadas canetas emagrecedoras. A categoria inclui os medicamentos semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida. Com isso, o Mounjaro só será vendido mediante receita, com validade de até 90 dias a partir da data de emissão. Além disso, a farmacêutica recomenda que o medicamento só seja usado com acompanhamento médico. >
A tirzepatida é registrada como terapia para controle do índice glicêmico de adultos com diabetes tipo 2 como adjuvante a dieta e exercícios. Ela registra resultados positivos de controle da taxa de açúcar no sangue, redução de fome e velocidade de esvaziamento gástrico. >
A fama do medicamento é de ser uma ‘bariátrica sem cortes’. Vale ressaltar que a medicação ainda aguarda autorização da Anvisa para uso de controle da obesidade e/ou sobrepeso. >
A farmacêutica destaca a velocidade dos efeitos e diz que o Mounjaro entrega “resultados sem precedentes”, sendo “o maior lançamento da história da Eli Lilly”. A marca é responsável pelo lançamento da primeira insulina comercial do mundo, em 1923, iniciando a trajetória no mercado de diabetes. >