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Do Guarda Pelé à Mulher de Roxo: nova arte urbana conta histórias da Salvador antiga

Mural na Rua Chile transforma parede histórica em uma homenagem viva à memória afetiva da cidade, unindo passado, presente e futuro através da arte

  • Foto do(a) author(a) Raquel Brito
  • Raquel Brito

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 07:00

Obra na Rua Chile faz uma viagem pela capital na década de 50
Obra na Rua Chile faz uma viagem pela capital na década de 50 Crédito: Ascom Secult/ Divulgação

Quem anda pela Rua Chile, está acostumado com a força histórica e a beleza daquela região. Agora, mais um ponto chama a atenção dos transeuntes: uma intervenção artística em forma de graffiti, carregando representações de figuras urbanas que atravessaram décadas no imaginário popular.

A obra, que estampa a parede de um prédio tradicional no coração da rua, foi idealizada pelo artista visual KMJ Graffiti, em parceria com os artistas locais Pablo Vinícios e Rubens Chagas. A intervenção retrata a Rua Chile nos anos 1950, época em que o local era referência de efervescência comercial, social e cultural da cidade.

Da misteriosa e emblemática Mulher de Roxo, que despertava curiosidade ao circular pelas ruas de Salvador vestida inteiramente de roxo e tornou-se protagonista de lendas e suposições da cidade, ao Guarda Pelé, conhecido por sua presença constante nas ruas da cidade em outros tempos, grandes figuras dividem espaço. No mural, uma criança contempla uma moldura que a transporta para um passado em que todos esses personagens passeavam pela primeira rua do Brasil.

“A ideia surgiu do desejo de revisitar a memória da Rua Chile, trazendo de volta a atmosfera vibrante dos anos 50 e 60. Os personagens icônicos representam a alma cultural de Salvador. Diante disso, em conversa com a SECULT (Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador) através da vice prefeita Ana Paula Matos e do Diretor de turismo Gegê Magalhães, criamos juntos um projeto onde pudéssemos trazer a representatividade de uma criança olhando para eles simboliza o futuro, a curiosidade e o elo entre gerações”, diz Francisco Kleyson Oliveira Rocha Silva, o KMJ Graffiti.

Nascido em São Luís, no Maranhão, criado em Guarujá, São Paulo, e hoje morador de Salvador, o artista conta que sempre foi encantado pela capital baiana, devido à força cultural, diversidade e pela forma como a cidade respira cultura.

“Participar deste projeto foi uma honra imensa, porque pude contribuir com uma homenagem que valoriza a memória coletiva e reforça o orgulho de ser parte dessa trajetória. Foi também uma oportunidade de aprendizado e de troca afetiva com a minha cidade”, afirma.

Para a vice-prefeita e titular da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, a obra é bem mais que uma homenagem. “A iniciativa reafirma Salvador como uma cidade viva, que mantém diálogo constante com sua herança cultural. É um convite à memória, à identidade e à continuidade. Um lembrete de que a cidade é feita de pessoas, de histórias e de símbolos que resistem ao tempo”, defende.

Já o diretor de Qualificação e Promoção do Turismo da Secult, Gegê Magalhães, afirma que a intervenção é um convite para que moradores e visitantes redescubram Salvador a partir da sua própria história.

“Ao retratar personagens e espaços que marcaram nossa memória coletiva, reafirmamos a cidade como um destino que valoriza sua identidade cultural, ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro. O turismo que queremos construir é esse: vivo, humano e em permanente diálogo com nossas raízes”, destaca.