Do palco e das telas da TV para o palanque: conheça os famosos que vão disputar as eleições

Os cantores são predominantes entre os aspirantes famosos à Câmara de Vereadores no pleito deste ano

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Publicado em 14 de abril de 2024 às 11:00

Leo Kret
Léo Kret, Oh Polêmico e A Dama Crédito: Reprodução

Abandonar os holofotes dos palcos ou as telas luminosas da televisão em troca do fervor dos palanques políticos já se tornou uma tradição entre os famosos em anos eleitorais. E a medida que se avizinha o pleito deste ano, figuras proeminentes em Salvador já começam a afinar seus discursos e melhorar suas imagens para entrar na disputa por uma cadeira na Câmara de Vereadores da capital baiana. Entre os postulantes, estão cantores, jornalistas e influenciadores digitais que se preparam para a jornada política deste ano.

Os cantores são predominantes entre os aspirantes famosos à posição. Nesse tablado democrático, destacam-se personalidades como A Dama, que se filiou ao União Brasil; Oh Polêmico, que está no DC; o ex-deputado federal Igor Kannário, agora representando o PSB; e Léo Kret do Brasil, que é a primeira parlamentar transexual e quer voltar ao Legislativo soteropolitano pelo PDT.

Léo Kret e Kannário são veteranos de eleições. A primeira já ocupou uma cadeira na Câmara Municipal entre 2009 e 2012, pelo então partido PR, atual PL. Já Kannário foi eleito vereador em 2016 e, em 2018, deputado federal pela Bahia.

Para Léo Kret, as expectativas para a corrida eleitoral são as melhores. Este ano, a cantora e dançarina se sente mais madura e experiente para representar o povo em seu mandato, caso ganhe. “Venho trabalhando anos e anos incansavelmente sem parar, principalmente na periferia da nossa cidade fazendo um trabalho sério e sólido. Então, eu creio que teremos bons resultados e eu acho que a Câmara Municipal de Salvador tem que ter uma mudança. É bom para o povo da nossa cidade”, declarou.

Kannário, por sua vez, tem causado turbulências no partido ao qual acabou de se filiar. Enquanto a ala mais jovem quer que o intérprete de “Tudo nosso, nada deles” permaneça na sigla, a outra parte defende expulsar o artista do partido socialista.

Para os pagodeiros A Dama e Oh Polêmico, o embate de 2024 marca a estreia na política. Ambos fazem parte de partidos da base do União Brasil, legenda do prefeito soteropolitano Bruno Reis.

A Dama, nome artístico da cantora Allana Sarah, é popular nas ruas de Salvador pela canção “Ai Pai, Pirraça”. Moradora do bairro de São Marcos, a cantora lésbica se posicionou a favor da reeleição do atual prefeito de Salvador, com quem divide agremiação. Em 2022, ela foi a voz de um jingle da campanha do então candidato a governador do estado e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil).

Deivison Nascimento Santos, conhecido pelo nome artístico Oh Polêmico – ou apenas Polly –, ganhou fama com os sucessos “Pitbull Enraivado” e “Samba do Polly”. A segunda foi parodiada por candidatos a governador na Bahia em 2022. Na ocasião, o artista usou a canção para declarar apoio ao então candidato a governador ACM Neto.

Além dos artistas, nomes de outros campos também entram na disputa. O repórter Jorge Araújo, atualmente na TV Bandeirantes, é um deles. Candidato pelo PP, esta é a segunda vez do jornalista em corridas eleitorais. Em 2022, se candidatou a deputado federal e recebeu 32 mil votos, mas não conseguiu se eleger.

Segundo Araújo, o que o fez entrar na política foram os pedidos do público que o acompanha. “Quero ampliar o que já faço. Toda essa estrutura que eu tenho na comunicação, sempre usei para fazer o bem e para ajudar as pessoas. Tentar uma cadeira na Câmara não é fácil, mas estou indo para a luta. Vamos ver no que vai dar”, disse.

O cientista político Cláudio André de Souza explicou que o sistema eleitoral brasileiro, que garante mais vagas ao partido no Legislativo conforme a quantidade de votos da sigla, sempre buscou chamar pessoas com grande apelo público para reforçar a chapa proporcional. E os artistas são os “queridinhos” das agremiações partidárias.

“Em Salvador, é visível um crescimento de candidaturas e filiações partidárias das figuras que conseguem mobilizar os grandes conglomerados urbanos que existem na cidade. No que temos chamado de periferia e bairros populosos, há perfis com grande visibilidade, seja no mundo digital, das redes sociais, ou figuras públicas, como cantores e artistas, que agregam, conversando com o público mais amplo”, avaliou.

*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva