Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

'Ninguém resolve a mudança climática sozinho', diz Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima disse que a contribuição não é exclusiva do Brasil

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 27 de setembro de 2025 às 09:42

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, no 27 Fnesp
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, no 27º Fnesp Crédito: Juliana Freitas e Luiz Kagiyama/Semesp

O desafio de enfrentar a mudança climática não pode ser apenas de um governo. Essa foi uma das reflexões da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante sua participação no último dia do 27º Fnesp, maior fórum de ensino superior da América Latina, nesta sexta-feira (26).

“A mudança do clima é a crise das crises e nós temos um terreno no qual essas crises estão acontecendo”, disse Marina, no auditório do Centro de Convenções do Distrito Anhembi, em São Paulo.

Estudos de climatologistas avaliam que ao menos 1942 municípios brasileiros estão vulneráveis a eventos climáticos extremos, de acordo com a ministra. Marina, que foi a única brasileira eleita na lista de líderes de sustentabilidade da Forbes, divulgada na semana passada, reforçou que o Brasil tem dado sua contribuição para o tema, mas ainda pode fazer mais.

A adaptação a esse cenário é um dos temas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que acontece em novembro, em Belém (PA).

“Os países em desenvolvimento precisarão ser ajudados para poder ter mais obra de infraestrutura que seja compatível com essas mudanças, processos de intervenções urbanas que vão desde remoção de população em alguns casos a criar sistemas de alerta, rotas de fuga, trabalho de drenagem. Tudo isso são investimentos que países pobres não tem como fazer sozinho”, explicou Marina, em entrevista após sua palestra.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, participou do 27º Fnesp por Juliana Freitas e Luiz Kagiyama/Semesp

Resultados

Segundo Marina, o país não se deve ficar preso aos resultados que já foram alcançados. Daí veio o compromisso assumido pelo Brasil de zerar o desmatamento até 2030. A meta nacional também é reduzir a emissão de gás carbônico entre 59% e 67%.

Além disso, o Brasil já conta com 30% de etanol na composição da gasolina e 15% no óleo diesel. “Estamos nos preparando para dar nossas contribuições na aviação e no transporte marítimo, mas os biocombustíveis não estão sendo considerados pelos países desenvolvidos como combustível de transição. Aceitar biocombustível como transição é redirecionar o fluxo do capital e existem aqueles que não gostariam que esse ponteiro virasse na direção do mundo em desenvolvimento”.

Ela reforçou que a COP30 precisa ser o momento de implementar o que já foi decidido, a exemplo dos acordos de que a temperatura do planeta não pode aumentar mais do que 1,5ºC e que o financiamento climático deve ser de US$ 1,3 bilhão por ano, até 2035, para que os países em desenvolvimento consigam combater a crise climática.

“A contribuição que o Brasil pode dar não é uma contribuição exclusiva. Ninguém resolve isso sozinho, por isso o fortalecimento do multilateralismo é importante. Hoje, todo mundo tem que ser sustentabilista. Uns vão ser conservadores, outros progressistas, não importa. Mas sem a vida e as condições que ela nos dá, não tem como não ser sustentabilista. Não tem como não ser negacionista”.

A ministra falou, ainda, sobre a importância do setor da educação para enfrentar a mudança climática. “Quando a consciência, o entendimento das coisas mudam, a gente acaba mudando também a nossa prática. As duas coisas tem que caminhar juntas", diz, citando a necessidade de ter novos ideais que identifiquem novas formas de consumir, produzir e se relacionar. “Isso quem ajuda a fazer é a educação", completou.

*A repórter viajou a convite do Semesp