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Thais Borges
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 09:15
O diabetes é uma das principais causas de comprometimento dos rins. Em média, entre 20% e 40% dos pacientes que não conseguem controlar a glicemia apresentam a chamada doença renal do diabetes. No Brasil, no ano passado, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 29% dos casos de doença renal crônica (DRC) em diálise, no país, eram de pessoas com diabetes. >
De acordo com a médica nefrologista baiana Manuela Lordelo, quando o problema ataca os rins, o excesso de glicose no sangue sobrecarrega e danifica os vasos sanguíneos renais. Isso leva ao comprometimento gradual da capacidade de filtragem do órgão. Como consequência, há o acúmulo de toxinas e perda de proteínas na urina (proteinúria), o que pode evoluir para DRC, insuficiência renal e, em casos graves, a necessidade de hemodiálise ou transplante.>
Pré-diabetes precisa de atenção
A nefrologia explica que os sintomas podem ser silenciosos até fases avançadas. Por isso, muitos pacientes só procuram um especialista quando a função renal já está muito comprometida. >
“Inicialmente, há episódios de microalbuminúria, que é a perda de pequenas quantidades de proteína na urina, ou leve diminuição da taxa de filtração glomerular, sem sintomas aparentes. Com a progressão, sinais como inchaço nas pernas ou tornozelos, urina espumosa, aumento da pressão arterial, fadiga e alterações nos eletrólitos podem surgir”, explica Manuela Lordelo, que é preceptora da residência de Nefrologia no Hospital Ana Nery, em Salvador.>
O tratamento e a prevenção envolvem controle rigoroso da glicemia, da pressão arterial e dos lipídios, além de mudança no estilo de vida, com alimentação balanceada e prática regular de atividade física. Outras recomendações são evitar tabagismo e o consumo excessivo de sal. >
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“Existem ainda medicamentos, que são frequentemente utilizados para proteção renal. Para prevenção, é importante fazer o rastreamento desde cedo. Por isso, pacientes diabéticos precisam fazer exames de função dos rins e albuminúria pelo menos uma vez por ano, para que a progressão seja evitada ou retardada”, acrescenta a nefrologista. >